Remédio ou veneno? Define-se como automedicação a prática de consumir medicamentos sem a prescrição Define-se como automedicação a prática de consumir medicamentos sem a Define-se como automedicação a prática de consumir medicamentos sem a prescrição de um profissional habilitado para esse fim. Mas como acabar com essa prática, que está tão arraigada na nossa sociedade? Dos alquimistas aos povos indígenas, o homem sempre utilizou compostos químicos com o objetivo de se manter física e emocionalmente saudável. Contudo, na atualidade, devido à crescente industrialização e à grande variedade de compostos farmacêuticos, a automedicação está sendo cada vez mais difundida. Os efeitos da mesma se refletem tanto nos indivíduos, como nos ecossistemas.um profissional habilitado para. De acordo com dados da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), a automedicação é a causa principal de cerca de 20.000 óbitos no Brasil todos os anos. Como não é difícil recorrer a uma farmácia e adquirir um remédio sem receita médica, muitos não pensam duas vezes antes de tomar tal atitude. Porém, além da intoxicação, manifestação clínica que pode evoluir para casos fatais, não é incomum que haja também interações medicamentosas e resistência a longo prazo a antimicrobianos. Já foi provado, inclusive, que o uso concomitante de dois ou mais princípios ativos é capaz de sobrecarregar órgãos importantes, como o fígado e os rins, comprometendo funções vitais do corpo. Outro dado preocupante é que a ingestão compulsiva e exagerada de remédios também pode causar danos ao meio ambiente. Vários compostos já foram implicados no mecanismo de acidificação de matrizes aquosas e modificação de ecossistemas, ainda que presentes em concentrações baixas. Os anticoncepcionais, por exemplo, quando lançados em rios e mares sem tratamento prévio, podem ocasionar prejuízos na maturação sexual de peixes machos, alterando seu fenótipo e tornando-os parecidos com fêmeas. Como diria Paracelsus, a diferença entre um remédio e um veneno encontra-se exclusivamente na dose. Para que a automedicação deixe de ser um problema, tanto para os indivíduos como para o meio ambiente, é necessário que medidas eficazes sejam tomadas. É preciso que as mídias, como promotoras de informação, se aliem ao Ministério da Saúde para promover campanhas que conscientizem as pessoas a cerca dos riscos de consumir medicamentos por conta própria. Ademais, a exigência de receituário médico e sua retenção na farmácia deveria se estender a todas as classes de medicamentos, o que levaria as pessoas a consultarem seus médicos antes de fazerem uso de tais compostos. .