Enviada em: 02/07/2017

Elvis Presley sofre ataque cardíaco por overdose de remédios. Heath Ledger morre por abuso de medicamentos. Anestésico teria causado a morte de Michael Jackson. Infelizmente, só em 2015, mais de 27 mil pessoas foram vítimas de casos como estes no Brasil e, ainda assim, 90% da população afirma que se automedica frequentemente. Desse modo, percebe-se que tal ação é nociva ao paciente e precisa ser combatida, o que é comprovado pela sua capacidade de causar efeitos colaterais e a possibilidade de mascarar sintomas de doenças mais graves.        Ao analisar-se a lista dos medicamentos mais utilizados incorretamente, feita pela equipe de Endocrinologia do hospital Albert Einstein, constata-se que nenhum remédio citado possui restrição de compra. Analogamente, pode-se inferir que mesmo os fármacos mais fracos, se usados de forma indevida, são capazes de causar intoxicações e alergias que podem levar o indivíduo à morte. Outrossim, em muitas vezes, o estoque de drogas medicinais em casa ocorre em condições inadequadas, como altas temperaturas e umidade, o que pode provocar mudanças na ação fisiológica do medicamento e ocasionar situações adversas às desejadas.        Ademais, essa conduta também pode mascarar doenças graves, aliviando seus sintomas e criando a falsa ideia de que o corpo está se recuperando. Em casos específicos, como a apendicite, o uso de analgésicos pode ocultar sinais da patologia que, se não tratados com agilidade, podem provocar septicemia e, então, levar o paciente à morte. Além disso, em ocorrência de dengue, que se manifesta com traços similares à gripe comum, o uso de fármacos antigripais gera hemorragia e falência generalizada de órgãos no indivíduo, o que mostra a periculosidade da automedicação.        Diante dessa conjuntura, o risco de remediar-se sem o auxílio de profissionais da saúde fica evidente. Destarte, medidas devem ser tomadas para que o problema seja sanado. Dessa forma, concerne à mídia criar campanhas de conscientização que abordem o tema, a fim de que toda a população esteja ciente dos perigos da realização de tal ato e, então, mude seu comportamento em relação à situação. Somado a isso, a própria sociedade deve controlar o uso de medicamentos em casa, para que as crianças não assimilem e reproduzam esse ato quando se tornarem adultos. Por fim, cabe ao governo enrijecer ainda mais a venda dos remédios controlados, exigindo documentos e dados pessoais dos compradores para certificar que nenhum cidadão compre mais fármacos do que o necessário para tratar sua doença, evitando, assim, o acúmulo de remédios nas residências.