Enviada em: 07/07/2017

As diretrizes do Sistema Único de Saúde(SUS) de assistência integral à saúde pública não se fazem presentes num cotidiano de filas intermináveis nas unidades básicas. A solução encontrada pelos que precisam de atendimento é a automedicação, prática naturalizada socialmente e facilitada pelos grupos farmacêuticos. Entretanto, a ingestão aleatória de medicamentos controlados, como antibióticos, gera efeitos colaterais e o surgimento de micro-organismos ainda mais resistentes.  É comum a administração de remédios baseados em conhecimentos empíricos ou indicações de parentes, como analgésicos que tratam facilmente sintomas de dores de cabeça. Contudo, os receituários de pessoas não habilitadas não se limitam à tratamentos simples, e doenças, como infecções, que precisariam de diagnóstico profissional são tratadas com medicamentos errados a fim de evitar consultas demoradas e aparentemente desnecessárias.  O cenário se agrava ainda mais na medida em que essa massiva medicação sem indicação médica pode acarretar novos sintomas, ou agravamentos da enfermidade inicial, uma vez que, nem todo mundo se dedica a ler a bula ou buscar informações com outros profissionais.   No caso dos antibióticos, ingeri-los constantemente ou não respeitar o tempo de tratamento implica na seleção de bactérias mais resistentes e difíceis de se tratar. Apesar de existir a lei que exija que a venda desses fármacos seja feita com retenção da receita, muitas farmácias, por falta de fiscalização, promovem o acesso indiscriminado da população a esses medicamentos.   Portanto, o governo além de fiscalizar o atendimento do SUS para dinamizar o andamento das consultas, poderia organizar junto às prefeituras visitas constantes às farmácias a fim de incentivar a procura por orientação médica e efetivar o controle da venda de medicamentos. E por fim, os profissionais de saúde em conjunto com as escolas deveriam promover palestras de conscientização sobre os males da automedicação.