Enviada em: 08/10/2017

Por muito tempo, o chá feito pela avó ou ervas recomendadas por um amigo foram exemplos das únicas alternativas de diagnóstico e tratamento de doenças, em função da baixa quantidade de recursos e profissionais da área. No entanto, mesmo com o desenvolvimento da saúde pública, a automedicação ainda é um costume nas sociedades. Vale destacar, diante da situação que precisa-se encontrar um equilíbrio na prática, a qual ainda possui empecilhos.       A priori, é fundamental pontuar que, apesar de ser necessária em casos de saúde simples, a automedicação é perigosa se não feita da maneira correta e mesmo assim amplamente praticada em todo mundo. Nesse contexto, são comuns as consequências da prática, como efeitos colaterais inesperados, o ocultamento de problemas mais sérios e, no caso do uso de antibióticos, o desenvolvimento de super-bactérias, sendo esses efeitos responsáveis por milhares de mortos todos os anos. Vê-se, com isso, que uma prática que poderia ser benéfica tem trazido problemas.       Outra questão relevante, nessa discussão, é a ideia de que a condição humana de arriscar decisões visando maior praticidade impede a completa resolução do problema, no entanto este pode ser amenizado. Vale, nesse sentido, salientar que a lentidão do atendimento nos postos de saúde, em específico no Brasil, age como incentivadora da automedicação, visto que uma rápida pesquisa na internet ou perguntar a um amigo sobre qual medicamento tomar é mais prático. Por consequência, deve-se entender que urge uma mudança nos recursos sociais para que a prática seja amenizada.       Torna-se evidente, portanto, que é possível uma melhora no cenário. Nesse sentido, a princípio, o Ministério da Saúde pode proporcionar palestras ministradas por profissionais nas comunidades, ensinando as atitudes a serem tomadas quando se cogitar a automedicação, a fim de educar para alcançar um equilíbrio. Além disso, é imprescindível que haja uma melhora na logística dos atendimentos em postos de saúde, para que casos que oferecem maior perigo não sejam automedicados, influenciados pela demora no atendimento. Em síntese, materializando tais medidas espera-se que a automedicação não seja mais um problema e sim uma solução.