Enviada em: 29/04/2018

O físico Isaac Newton afirma em sua primeira lei, a da inércia, que um corpo tende a permanecer em movimento, até que uma força atue sobre ele. Funcionando conforme tal lei, a problemática da epidemia de crack no Brasil está intrinsecamente ligada à deficiência na fiscalização do narcotráfico, como também ao baixo investimento no combate aos pequenos traficantes.      É indubitável que os principais originadores do problema são os fornecedores do crack. A ausência de um adequado supervisionamento nas fronteiras do país, facilita a entrada da droga no mesmo, pois de acordo com o Jornal O Globo, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) só cobre cerca de 4% das fronteiras nacionais. Além disso, não há uma efetiva investigação dos grandes chefes do crime. Por essa razão, não são devidamente punidos, o que impede o solucionamento do impasse. Dessa forma, os usuários do crack permanecem sofrendo as inúmeras consequências de seu uso, como a exclusão social, danos físicos e psicológicos, e outros.     Outrossim, pode-se destacar a falta de investimento do governo em medidas para combater os pequenos chefes do tráfico. Os policiais que são enviados para as chamadas "bocas de fumo", não possuem equipamentos e treinamento adequados para dar fim a elas, e o atraso de salários provoca o envolvimento deles com os traficantes, que pagam propina em troca de proteção. Assim, os usuários do crack não compartilham da realidade descrita na seguinte frase de Platão: "O importante não é viver, mas viver bem".     Logo, o governo deve destinar uma maior quantidade de recursos para o Sisfron, objetivando sua expansão e melhoramento da fiscalização nas fronteiras. Deve também cumprir as leis desenvolvidas para julgar e punir os grandes chefes do tráfico de forma efetiva, e investir em equipamentos e treinamentos para a polícia. Ademais, o MEC, em parceria com o Ministério da Saúde, devem desenvolver campanhas preventivas sobre o uso do crack em escolas, a fim de conscientizar as crianças e adolescentes quanto aos malefícios dessa droga, pois como diria Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Por fim, a família deve servir como a base dos indivíduos, ensinando-os a manter distância do entorpecente. Dessa maneira, o movimento descrito por Newton seria interrompido.