Enviada em: 22/08/2017

O Novo Inferno de Dante    É extremamente preocupante a situação da epidemia do consumo de crack, hoje no país. A cena é dantesca: pessoas aglomeradas, amontoadas em meio ao lixo, parecendo zumbis, alguns em surtos psicóticos, no auge da deploração humana. Isso ocorre, na maioria das grandes cidades e o poder público não sabe o que fazer com tal problema. Percebe-se, não só a falta de recursos financeiros, como sempre, mas falta de ações planejadas e embasadas em conhecimento psicológico, psiquiátricos e sociológicos.     Um recente exemplo disso, foi o que ocorreu na cidade de São Paulo quando, por ação da prefeitura municipal, houve uma operação para desativar a chamada Cracolândia, no bairro central. O resultado disso, foi que apenas aconteceu uma  mudança de endereço, em poucos dias, tudo ficou como antes, agora na praça próxima ao antigo local. Esse tipo de ação, apesar de inicialmente válida, demonstra que os resultados não são os esperados.      Cabe ressaltar que, segundo dados apontados pela Fiocruz, concluídos em 2013, a estimativa de usuários de crack, somente nas capitais brasileiras, é de 370 mil pessoas. Muito provavelmente, pode-se dobrar esse número, se fosse ampliado o levantamento para todas as cidades do país. Assim sendo, a pesquisa demonstra com clareza a real dimensão do problema, passando de um grande caso de polícia, para um gravíssimo caso de saúde pública.       Diante do exposto, fica nítido que ao definir um protocolo de ações, embasados em conhecimento multidisciplinar, o governo terá mais êxito no enfrentamento do problema. O Ministério da Saúde deve liderar as discussões sobre o tema, de forma mais ampla possível, envolvendo toda a sociedade, para que tenha o maior apoio possível, mesmo quando soluções pouco convencionais, como a internação compulsória, for sugerida. Cabe ao estado também, criar os devidos locais de tratamento em número suficiente. Portanto,conhecimento e planejamento são as palavras para a real solução.