Enviada em: 10/10/2017

O cérebro humano realiza conexões neurais chamadas sinapses, as quais são responsáveis pelo funcionamento correto do principal órgão do corpo.  Porém, as drogas químicas atuam nessa área, desregulando a atividade neural. O crack é a principal delas. Por ter se adaptado para ser fumado, seu efeito torna-se mais devastador e viciante no organismo da pessoa. É certo que o Brasil enfrenta uma epidemia de crack e, para combatê-la, faz-se necessário entender as causas e os efeitos desse problema de saúde pública.    A priori, é válido entender que a problemática tem raízes socioeconômicas. Para conseguirem a droga, os indivíduos costumam comprá-la em áreas de marginalidade e violência, o que intensifica o contato com a criminalidade. Isso fica claro com dados da Universidade Federal de São Paulo, a qual diz que a mortalidade associada ao crack é de 30%. Além disso, o perfil dos usuários é de homens negros e pobres, principalmente.     Outrossim, a substância química tem efeitos que vão além da própria saúde do indivíduo, visto que o vício é muito forte. Isso atenua as dificuldades de convivência com a família, uma vez que a pessoa perde a noção da realidade. O sociólogo Emile Durkheim defendia a ideia que a sociedade é um organismo vivo. Nessa perspectiva, todos devem garantir o funcionamento do corpo social; caso contrário, ele "adoece". Todavia, o problema está sendo combatido de forma errônea, pois além da repressão da polícia com os locais de concentração de venda- o que causa a fragmentação e o aumento do tráfico-, há um projeto de lei que prevê a internação involuntária dos dependentes. Esta medida, por sua vez, indica um retrocesso no tratamento de usuários, porque eles precisam de tratamento, não de punição.     Destarte, é incontrovertível que a epidemia do crack no Brasil é um problema de saúde pública, com consequências que afetam toda a sociedade. Conforme Newton, todo corpo tende a permanecer parado até que uma força se aplique sobre ele. Desse modo, o melhor combate é o tratamento, O Ministério da Saúde, em parceria com clínicas privadas, deve aumentar a acessibilidade de dependentes químicos, por meio do financiamento de parte dos custos. Ademais, é dever do Estado assegurar saúde a todos. Por isso, deve fornecer atendimento de urgência no SUS. Também é mister que ONG's pressionem órgãos do Governo sobre as garantias desses Direitos Humanos, de modo que essas pessoas não fiquem excluídas da sociedade, por causa de um problema de saúde.