Enviada em: 01/11/2018

Quebra-cabeça social        Na visão de René Descartes, considerado o Pai da Filosofia Moderna, "Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis". Embora séculos tenham se passado desde a afirmativa, questões como os crimes de pedofilia na internet ainda são consideradas grandes entraves difíceis de serem resolvidos. É latente que esse cenário se agrava devido à facilidade nos meios de comunicação, bem como à irresponsabilidade na ausência de orientação de crianças nesse contexto virtual, requerendo assim mudanças em caráter de urgência.       Em primeira instância, é importante destacar que as inovações da era digital influenciaram beneficamente a população. Entretanto, por trás desse grande feito revolucionário há perigos que podem afetar diretamente os usuários das redes sociais. Esse mal é retratado na obra cinematográfica "Confi@r", ao narrar a história de uma jovem que é enganada na web e acaba sendo violentada sexualmente por um pedófilo. Tal história é alarmante e gera enfoque no fácil acesso à rede virtual e ao mal uso por pessoas que se escondem nos perfis falsos (fakes) para atrair jovens e cometer crimes. Dessa forma, enquanto o âmbito tecnológico estiver causando caos, ao invés de progresso, haverá um consequente regresso nos direitos sociais do cidadão.       Ainda convém destacar que outro fator contribuinte para as violências e abusos é o uso irrestrito da internet por crianças. Segundo dados da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 6 em cada 10 vítimas de pedofilia se encontram na faixa etária de 7 à 13 anos. Esses números apontam o risco que os pais sofrem ao entregarem um smartphone nas mãos de seu filho sem orientar o uso correto desse, revelando assim um perigo à segurança do ser em questão. Desse modo, é imprescindível zelar pela inocência da fase infantil e preservar sua proteção.       Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas práticas para o combate dos crimes de pedofilia na internet. A começar pelo Ministério da Segurança, que deve criar um disque-denúncia especializado em recolher nomes de possíveis fakes de pedófilos com o intuito de investigar e punir os responsáveis dos abusos para, assim, contribuir com a extinção desses casos. Ademais, cabe ao corpo parental observar a criança em relação ao uso da internet, com o fito de se atentar aos perigos da rede, orientando sobre sua utilização correta. Destarte, toda a nação brasileira poderia homologar com o ideal descartiano, adotando soluções burocráticas, porém eficazes; solucionando assim esse quebra-cabeça social.