Enviada em: 02/11/2018

Ingenuidade. Ineficácia. Desinformação. É nesse contexto que se encontra o combate aos crimes de pedofilia virtual no Brasil. Por isso, é de extrema importância a ação conjunta entre Poder Público e sociedade civil, no tocante a sanar os entraves relacionados a essa problemática. Afinal, apesar de crucial, a segurança das crianças na internet continua, muitas vezes, restrita à desinformação paterna  e ao negligenciamento estatal.       Na obra "O processo civilizatório", escrita pelo sociólogo alemão Norbert Elias, os problemas sociais podem ser compreendidos como estruturas atreladas à cultura. De forma análoga, no âmbito nacional, a grande incidência da exposição de jovens na rede, deve-se, principalmente, ao fato de que esse é um problema completamente novo, e sua resolução implica diretamente em uma mudança cultural na forma de educar os filhos, o que agora abrange, também, o mundo virtual.       Ademais, cabe também salientar que, o Estado tem uma parcela grande de responsabilidade acerca dessa realidade. Nesse viés, percebe-se uma clara falha do sistema educacional brasileiro, em relação ao ensino de princípios básicos de segurança na informática. Assim, essa competência deveria ser obrigatória em todas as escolas do país, visto que, segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), 95% das vítimas de pedofilia tem menos de 13 anos.          Em suma, a resolução de problemas complexos, não virá de atitudes isoladas. Portanto, para efetivar o combate aos abusos infantis na internet, cabe ao Poder Executivo, por meio do Ministério da Educação, introduzir, no ensino básico, a orientação acerca dos riscos do mundo virtual para crianças e adolescentes. Em paralelo, ONGs e OSCIPs, por meio de palestras e campanhas, devem fazer um trabalho de informação e conscientização dos pais sobre maneiras de manter seus filhos protegidos no mundo cibernético. Afinal, parafraseando Cícero, filósofo clássico, a ignorância é a maior enfermidade do progresso humano.