Enviada em: 30/10/2017

Até meados do século XX, era comum a prática de casamento entre adultos e meninas, que tinham a infância interrompida bruscamente. No entanto, a sociedade avançou no sentido da proteção de crianças e jovens, conforme se evidencia na Constituição Federal de 1988, que atribui à família, sociedade e Estado o dever de colocar a salvo crianças e jovens de qualquer exploração ou negligência. Nesse cenário, cabe ressaltar que a recente ampliação do acesso à rede mundial de computadores trouxe um grave problema ao país: a pedofilia na internet. A problemática decorre da exposição da criança à rede em consonância com a falta de denúncia.                No que se refere à exposição à internet, é indubitável que, sem a formação emocional completa, crianças e jovens não estão habilitadas para identificar eventuais criminosos nas interações virtuais. Segundo Aristóteles, o equilíbrio da sociedade deve ser alcançado por meio da justiça, que representa a virtude que rege as relações dos homens. De maneira análoga ao pensamento do autor, para equilibrar as relações  na internet, é necessário que pais e professores sejam capazes de orientar os jovens quanto à proteção de dados pessoais, informações usadas por pedófilos para desenvolver relacionamento com as vítimas.                    Outrossim, salienta-se a importância da denúncia para que as instituições possam combater esse delito. Contudo, o fato do crime virtual não ser identificado por muitas famílias, haja vista a situação de anonimato do agressor ou, ainda, pelo crime sexual se apresentar como um assunto de difícil divulgação por parte das vítimas, as autoridades não têm conhecimento de muitos casos de pedofilia, o que impede a ação da justiça. Sob essa conjectura, observa-se que a denúncia é o primordial para a investigação e punição do ilícito. Comprova-se isso pelas notícias divulgadas da operação conjunta das polícias de vários Estados brasileiros que, a partir das denúncias, culminou na prisão de uma rede nacional de pedófilos.                  Destarte, cabe à sociedade buscar a justiça por meio do equilíbrio nas relações. Nesse âmbito, as escolas devem orientar alunos e famílias quanto ao comportamento preventivo a ser utilizado nas conversas virtuais, com o propósito de impedir que criminosos, acobertados pelo manto do anonimato inerente à internet, utilizem os dados fornecidos pelas próprias vítimas para o cometimento de crimes. Além disso, a comunidade escolar deve promover palestras e debates, com a participação de autoridades policiais e judiciais, com o fim de conscientizar a população da importância da denúncia para os procedimentos de investigação e punição dos agressores. Assim, tornar-se-á possível  que todos os envolvidos exerçam sua obrigação constitucional de proteger as crianças e adolescentes.