Enviada em: 14/05/2018

É possível afirmar que nos dias atuais a internet está disponível para grande parte da população brasileira. Com o avanço das tecnologias, as crianças têm contato com o meio virtual cada vez mais cedo, ficando expostas aos pedófilos que utilizam principalmente os sites de divulgação de vídeos e as redes sociais para cometerem os crimes. Entre os fatores relacionados a esse fenômeno, destacam-se: os tipos de crimes envolvidos na pedofilia virtual e fato de os pais subestimarem os riscos do uso da internet não supervisionada. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências desse fenômeno para a sociedade brasileira.        Relativo aos tipos de crimes envolvidos na pedofilia virtual entre outros fatores, destacam-se: a produção, a venda, a divulgação e a posse de pornografia infantil. São crimes previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que determina penas de reclusão que variam de 1 a 8 anos e multa para os envolvidos em atos de pedofilia cibernética. De acordo com a ONG SaferNet Brasil, fundada em 2005, com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil, em 13 anos, já ajudou 15.983 pessoas em 27 unidades da federação e foram atendidos 2.269 crianças e adolescentes. Infelizmente muitos abusos não são denunciados devido à falta de informação ou difícil punição aos criminosos, por serem delitos praticados por pessoas desconhecidas.         Além disso, os pais subestimam os riscos do uso da internet pelas crianças, não acreditam que possam causar prejuízos ao infante e dessa forma, não conseguem evitar a prática do abuso, quando descobrem o crime já aconteceu. Parafraseando Freud: “Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.” Isso nos permite refletir o quão grande é o dever e a responsabilidade dos pais na proteção dos seus filhos, o que infelizmente muitas vezes não acontece, pois de acordo com os dados divulgados pelo SaferNet, são inúmeros os casos de atendimento e muitos ainda estão fora das estatísticas por falta de denúncias.        O governo, portanto, deve através do Ministério da Educação, promover palestras à comunidade escolar por meio de psicólogos e livros ilustrativos que orientem os pais a perceberem comportamentos suspeitos de seus filhos e que esclareçam aos alunos quais são os tipos de abuso sofridos e as formas de denúncia, com a finalidade de que mais pessoas denunciem esses crimes. Cabe aos pais e familiares restringirem os tipos de sites que seus filhos acessam, por meio da instalação de programas de bloqueio de páginas suspeitas nos celulares e computadores, a fim de assegurar a proteção à criança, no sentido de diminuir essa terrível estatística de pedofilia “online” no Brasil.