Enviada em: 17/04/2018

Você tem fome de quê?       "... Chega dá um calafrio saber que o prato vazio é o prato principal." No fragmento da obra "A origem da fome" de Bráulio Bessa, o poeta retrata a falta de alimento como algo presente, e realmente é. Segundo a FAO (Organizaçõa das nações unidas da agricultura e alimentação) o Brasil saiu do mapa da fome quando registrava que, menos de 5% da população estava ingerindo menos calorias que o recomendado, mas, de 2014 até hoje, muita coisa parece está mudando, tanto no mapa da fome quanto no poder de aquisição populacional.       Primeiramente devemos observar que o número de indivíduos desempregados e o corte de benefícios sociais, tal qual o bolsa família; desde à aprovação da PEC 241, a qual visa congelar os gastos públicos por duas décadas tem grande impacto na alimentação populacional; pois as famílias menos favorecidas de oportunidade de emprego devido, muitas vezes, à procura da mão de obra especializada são obrigadas a diminuir o consumo de alimentos específicos para uma dieta equilibrada, optando assim por coisas mais baratas e dependendo às vezes abaixo do valor nutricional recomendado.       No entanto, é percebido também que fenômenos climáticos como secas e chuvas descentralizadas contribuem para a volta do Brasil ao "temido" mapa da fome. Ainda de acordo com a FAO De 2014 a 2016, o número de pessoas em extrema pobreza no Brasil saltou de 5.162.737 para 9.972.090; no mundo, de 2015 para 2016, os conflitos armados e crise econômica provocaram crescimento da fome, atingindo mais de 800 milhões de pessoas. Essa problemática foi debatida na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).       Nesse contexto, desduz-se, que a fome apesar de ser algo mitigado, ainda se encontra presente na população brasileira. Para que esta não se espalhe e torne-se perpétua no País, é preciso que o estado entre com medidas de correção no modelo sócioeconômico, atravéz de modelos de reforma agrária. Os incentivos financeiros para a educação devem ser feitos de forma regular pois muitas vezes a única alimentação de alguns indivíduos é a escolar. Por fim, precisamos educar a nossa sociedade para luta em prol dos nossos direitos, pois embora nós tenhamos fome de alimento o nosso País tem fome de equidade social.