Enviada em: 13/05/2018

No contexto da era modernista, Manuel Bandeira, um dos maiores escritores da literatura brasileira, escreveu “o bicho”, poema este que, ainda hoje, mostra-se essencial para explorar um dos maiores problemas sociais enfrentados pela humanidade: a fome. Com efeito, deve-se analisar como as políticas governamentais e atitudes individuais podem afetar a segurança alimentar da população.       É primordial ressaltar, primeiramente, que a segurança alimentar é um direito garantido a todos pela Constituição Federal brasileira. Nesse aspecto, o Brasil, através de programas sociais – como o bolsa família e fome zero – conseguiu, nos últimos anos, promover uma melhora considerável no que diz respeito ao índice de indivíduos que se encontram em situações vulneráveis, proporcionando a retirada do país do “Mapa da Fome”, relatório este realizado pela FAO, órgão vinculado à ONU. Todavia, devido à crise econômica em que o país se encontra, nota-se que o âmbito social tem sido prejudicado, ao passo que há inúmeros cortes de verbas destinadas a esse setor, o que poderá, em curto prazo, fazer com que o fantasma da fome volte a assombrar a sociedade.       Concomitantemente a isso, a cultura de desperdício de alimentos em que nossa sociedade está inserida tem um impacto direto na ocorrência da fome. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque grande parte dos indivíduos, por não fazerem parte de um grupo de pessoas que se encontram em estado de extrema pobreza e desnutrição, não se preocupam com o consumo sustentável, realizando, muitas das vezes, a eliminação de alimentos que poderiam ser reaproveitados. Desse modo, se a sociedade e o Estado não se posicionarem a fim de resolver o problema, o Brasil, possivelmente, voltará a habituar um dos índices mais temidos pelos Estados: o Mapa da Fome.       Torna-se evidente, portanto, que a insegurança alimentar ainda é um problema a ser superado no Brasil. Diante disso, faz-se necessário que o Poder Público, em conjunto à ONGs de combate à fome – como o Instituto de Prevenção à Desnutrição – trabalhe a ampliação de projetos sociais em regiões menos favorecidas, promovendo a distribuição de alimentos para famílias vulneráveis. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde promover, por meio das mídias televisivas e digitais, campanhas de consumo sustentável, na perspectiva de conscientizar a população acerca da necessidade de se combater o desperdício de alimentos, utilizando-se de dados estatísticos sobre a fome no Brasil. Dessa forma, os direitos básicos dos cidadãos serão garantidos.