Enviada em: 25/05/2018

O Brasil é marcado pelos seus índices alarmantes de desigualdade social e, um dos indicadores que evidenciam essa realidade é a questão da fome que, por sua vez, incide sob a camada mais pobre da população. No entanto, de acordo com o Mapa da Fome - estudo produzido pela ONU (Organização das Nações Unidas) que localiza a maior ocorrência dessa mazela ao redor do mundo-, o país deixou de ter tanto destaque nesse estudo devido às políticas públicas implantadas e ao certo grau de desenvolvimento que tem em relação a algumas nações africanas, asiáticas e do resto da América Latina, por exemplo, que estão entre as mais afetadas. Desse modo, é fundamental que haja a discussão de medidas que objetivam a permanência do país fora dessas estatísticas, visto que, sem tais ações, há o risco iminente do retorno a essa situação.   Em primeiro plano, é necessário compreender o quadro histórico do acesso à alimentação pelos brasileiros, pois é através dessa análise que se explicam alguns dos motivos pelos quais há a permanência do problema. No período colonial, a principal fonte de riqueza era o latifúndio, no qual se sobressaia o cultivo de gêneros alimentícios, os quais eram direcionados, predominantemente, ao mercado externo e às classes mais abastadas, enquanto os outros habitantes, sobretudo os escravos, que trabalhavam nas lavouras, tinham pouco acesso. Atualmente, em meio a um território ainda notabilizado pela sua vocação na produção agropecuária, sete milhões de pessoas estão nessa situação de vulnerabilidade, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Logo, é essencial a criação de políticas públicas que promovam o acesso mais igualitário ao alimento.    Ademais, outro fator que implica no risco da volta do país ao grupo da fome é a instabilidade da economia, esta que contribui para desde a inflação nos preços dos alimentos, até as crises de grande dimensão que acarretam no aumento dos índices de desemprego e, consequentemente, da miséria. Além disso, há muitas famílias que dependem dos programas assistencialistas do governo, contudo, devido aos cortes de orçamento recorrentes, sobretudo em momentos de crises financeira, elas são muito prejudicadas e, muitas vezes, tornam-se incapazes de atingir um nível nutricional adequado.      Para melhorar esse cenário, é papel do Ministério da Agricultura estabelecer um teto – o qual variará anualmente, de acordo com o valor do salário mínimo- no preço ao consumidor final dos itens da cesta básica através do subsídio desses produtos, a fim de facilitar o acesso da população a tais alimentos, sobretudo aos mais carentes. Aliado a isso, o Governo Federal deve estabelecer uma cota definitiva do orçamento destinada aos subsídios e aos programas de assistência que visam o aumento da condição de vida dos mais pobres. Dessa forma, será possível evitar o retorno do Brasil ao mapa da fome.