Enviada em: 02/09/2018

O documentário brasileiro “Garapa”, lançado em 2009, mostra a luta no cotidiano de três famílias para driblar a fome. Dente tais métodos, encontra-se o mais comum: uma mistura de água com açúcar, muitas vezes, o único alimento consumido durante dias. Entretanto, embora o Brasil não faça mais parte do mapa da fome desde 2014, realidades como essas ainda são encontradas pelo país e diante de fatores como a má gestão do dinheiro público tal situação tende a se agravar cada vez mais. Nesse sentido, é necessário analisar esse cenário a fim de revertê-lo o mais rápido possível.     Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o problema é fruto da dificuldade de acesso aos alimentos. Apesar de programas sociais como Fome Zero e Bolsa Família serem importantes contra a insegurança alimentar, a atual crise e o desemprego, gerado em consequência disso, mantêm e intensificam a má distribuição de renda. Diante disso, os grandes produtores agrícolas, temendo perder suas safras, privilegiam a exportação e o investimento em novas diretrizes da produção agrícola, como a energética para a geração de combustíveis. Desse modo, a responsabilidade de abastecer o mercado interno passa a ser, majoritariamente, da agricultura familiar.        Contudo, a constante desvalorização do principal modelo de produção brasileira agrava ainda mais o impasse. Em 2017, o governo anunciou o corte de 99% no orçamento destinado à agricultura familiar. Isso acarreta a desmotivação desses trabalhadores rurais que, na maioria das vezes, desprovidos de recursos financeiros, são obrigados a reduzir a quantidade de alimentos destinados ao mercado local. Como consequência, o preço de produtos alimentícios pode disparar e aumentar ainda mais o abismo social já existente, ou até mesmo faltar nos supermercados.     Fica evidente, portanto, que a fome ainda representa uma ameaça no Brasil, por isso fazem-se necessárias medidas para resolver a questão. Assim sendo, o Ministério do Trabalho e Emprego em parceria com as prefeituras deve incentivar a contratação de pessoas por empresas que ofereçam vale transporte, alimentação e refeição, por exemplo, por meio da concessão de incentivos fiscais e subsídios com o intuito de que o trabalhador possa desfrutar ao máximo de seu salário e estimular mais empregadores a adotar essa postura. Ademais, cabe ao Governo Federal juntamente com o Ministério da Fazenda a destinação de maiores verbas à agricultura familiar mediante a elaboração de um plano econômico mais eficiente para que ela possa ser valorizada e o mercado interno continue sempre abastecido.