Enviada em: 07/02/2019

Nunca houve tanta comida disponível no mundo, segundo a FAO, orgão da ONU que combate a fome. Mesmo diante da pujança, ainda sim, a maneira desigual de distribuição dos alimentos é um problema mundial, com inúmeros países no Mapa da Fome, indicador de países com parcela expressiva de população faminta. O Brasil, recentemente, conseguiu sair desta situação, mas boa parte deste progresso está ameaçado.  Consoante a crise econômica que devastou a economia nacional, seja pelo desemprego ou rombo dos cofres públicos, que irrigava a rede de assistência social do governo, há o risco iminente de volta da fome no Brasil, fruto da falta de compromisso público com uma agenda que compreenda o minimo de dignidade ao brasileiro.       Primeiramente, a depressão econômica que surgiu em 2014 gerou forte desemprego, um fator-chave para uma saída bem sucedida da privação alimentar, por meio de poder aquisitivo. O presidente estadunidense Ronald Reagan, de maneira correta, preconizou que o melhor programa social é ter um trabalho, aos menos em países capitalistas . Mesmo neste panorama atual, o governo federal possui altas taxas de impostos em alimentos, que castiga os mais vulneráveis e cria um estado de bem-estar social "às avessas", tal como foi o sistema parlamentarista no Brasil Império, um sistema que beneficia o topo em detrimento dos mais pobres, situação comprovada pelo recente aumento da desigualdade social pela primeira vez em 2016, após duas décadas de queda, segundo dados do IBGE.        Além disso, há uma erosão da assistência social que protege os vulneráveis economicamente à fome. Houveram diversos cortes no orçamento para o Bolsa Família, programa de distribuição de renda  implantado em 2003 e premiado mundialmente como uma condição básica para a saída da pobreza extrema. Sem reajuste real no valor recebido, isto é, acima da inflação, o beneficiário perde seu poder de compra, situação inadmissível, mesmo do ponto de vista capital. A fome, por exemplo, afeta de forma permanente o desempenho cognitivo de crianças, logo, se há carência alimentar neste grupo, há cidadãos menos produtivos, um castigo para a economia futura do Brasil.        Diante do exposto, o retrocesso significa um país miserável, que desrespeita os direitos humanos básicos assegurados pela Constituição Federal. É imprescindível criações de medidas que foquem a alimentação básica, como criações de armazéns de alimentos em todos os municípios do Brasil, regulamentado pelo Governo Federal, como já existe na cidade de Curitiba de forma bem sucedida. Tais lugares vendem alimentos mais baratos e subsidiados aos mais pobres. Assim, há liberdade de escolha e monitoramento sobre a alimentação nacional, uma maneira de evitar o regresso ao fúnebre mapa de nações que violam o principio mais básico do ser humano, que é o direito de comer.