Um dos retratos mais pungentes sobre a fome no Brasil, é o livro O Quinze de Rachel de Queiroz. Este livro, trata da grande seca ocorrida no Nordeste em 1915, que levou muitos à morte pela inanição. Atualmente, a fome no país não é endêmica como outrora, e o fato que comprova isto, é a saída do Brasil do mapa da fome da ONU em 2014. Entretanto, esta situação pode mudar, e a população brasileira pode voltar a ser assombrada por este fantasma. O possível retorno ao rol de países assolados pela falta de alimentos, é um indicador de que a situação social está se agravando cada vez mais no país, já que uma parcela maior da população está sendo privada de sua dignidade, vivendo em situação de pobreza extrema. Além disso, o reaparecimento da fome como obstáculo ao desenvolvimento, demonstra a incapacidade brasileira de se atingir um dos objetivos do milênio da ONU, que é justamente a erradicação desse mal (a fome) no mundo. Esse panorama, é consequência da grave crise econômica que atingiu o país, deixando milhões de pessoas desempregadas ou dependendo de subempregos para sobreviver. Ademais, houve um corte massivo de verbas governamentais nos últimos anos, principalmente em programas que ajudavam na complementação da renda de inúmeras famílias. Outro fator que agrava a situação da fome no Brasil, é o desperdício, pois cerca de 41 mil toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. Portanto, medidas são necessárias para resolver este impasse. Os governos federal, estadual e municipal devem montar uma força-tarefa a fim da catalogação das pessoas em situação de vulnerabilidade social, utilizando-se de critérios rígidos para evitar fraudes. Vale ressaltar, que o poder Legislativo deve vigiar com rigor as contas da União, alocando as verbas de acordo com as prioridades da população. Outrossim, as ONGs devem buscar parcerias com restaurantes para que os alimentos antes destinados ao lixo sejam reunidos e repassados às populações carentes, além de promover práticas educativas contra o desperdício.