Enviada em: 23/10/2017

O sociólogo Émile Durkheim defende na obra "O Suicídio" que, embora individual e psicológico, a decisão final por matar a si próprio recebe grande influência de fatores sociais. No Brasil do século XXI, a temática vem gerando preocupações às autoridades governamentais haja vista o crescente número de casos, sobretudo entre os jovens. Sob essa ótica, é válido analisar as causas sociais que sustentam a problemática para, assim, encontrar caminhos para sua prevenção.    Em primeiro plano, é imperioso sobrelevar a publicização de casos suicidas como um dos fatores do impasse vigente. Nos últimos anos, percebeu-se um aumento da notificação de suicídios no meio artístico, bem como filmes e séries que retratam o ponto de vista da vítima da problemática, como a "13 reasons why", os 13 porquês em português, estreada pela Netflix. Nessa conjectura, a população jovem é, o tempo todo, bombardeada por perspectivas suicidas, uma vez que é o principal público de ambas as fontes supracitadas. Com efeito, somado aos problemas individuais e psicológicos, a publicização do suicídio manifesta-se como "veredito final" na decisão por puxar o gatilho, isso devido ao grande poder de influência da mídia no cotidiano da sociedade.    Além disso, convém frisar a exclusão social mediante a não aceitação das diferenças como impulsionador de uma cultura propícia à problemática. De acordo com Aristóteles, "o homem é um ser social", o que evidencia a importância da integração ao meio coletivo. Entretanto, quando um indivíduo difere da maioria em que convive, muitas manifestações preconceituosas são averiguadas. Casos de homofobia, racismo e bullying são bons exemplos de exclusão social muito presente no cotidiano da população jovem, levando ao desenvolvimento de doenças, como a depressão que, segundo psicólogos, está intensamente interligada á prática do suicídio. Por conseguinte, o combate à problemática pressupõe caminhos que previnam esse tipo de situação.    Em virtude do que foi mencionado, impõem-se medidas que vão de encontro ao impasse em vigor. Maximamente, o Governo Federal deve promover a censura do conteúdo sensacionalista considerado propício ao suicídio, isso por meio da criação de um projeto de lei concomitante com a fiscalização de instituições midiáticas. Outrossim, o Poder Executivo, em parceria com iniciativas privadas, deve propor a criação de um aplicativo, por meio de um acordo de marketing, em que este garantiria a denúncia anônima de casos de discriminação no cotidiano, o qual seria difundido entre o publico jovem pelas redes sociais, como Twitter e Facebook, incentivando o repúdio a esse tipo de prática. Só assim, poder-se-á caminhar à passos largos para a prevenção do suicídio no Brasil.