Enviada em: 26/10/2017

Na obra que inaugurou o romantismo mundial, "Os sofrimentos do jovem Wherter", escrito por Gothe, o protagonista da trama comete suicídio em função de um amor não correspondido. A obra, embora date de séculos passados, já abordava uma problemática que, infelizmente, persiste e que se tornou uma das maiores causas atuais de morte dos jovens brasileiros, o suicídio. Nesse sentindo, é primordial analisar as motivações e os caminhos para a prevenção desse imbróglio. Segundo o sociólogo, Émile Durkheim, o suicídio é resultado do meio social que circunda o ser. Conforme esse pensamento, opressões sociais a exemplo do bullying e a homofobia estão diretamente envolvidas com esse problema. Entretanto, a carência de atendimento público especializado, capaz de discutir e cuidar do problema, aliando a falta de educadores preparados, evidencia a dificuldade na sua prevenção. Prova disso são os dados fornecidos pela OMS, nos quais afirmam que a cada dia 25 pessoas cometem suicídio no Brasil. É crucial salientar, também, que o suicídio, apesar de tão presente, ainda é visto por muitos como um tabu social e muitas vezes é considerado assunto proibido em conversas familiares, motivo de vergonha ou condenação. Essa falta de discussões acerca desse tema, torna ainda mais penoso o seu combate e a sua prevenção. De acordo com Robert Paris, presidente do CVV (Centro de Valorização a Vida), cerca de 90% dos casos de suicídio são evitáveis por meio da conversação e apoio psicológico. Fica claro, portanto, a necessidade de caminhos para prevenir o suicídio entre os jovens no Brasil. Dessa maneira, é importante que a sociedade fique mais atenta aos seus jovens observando os seus comportamentos e incentivando-os a buscar ajuda. Além disso, é essencial tratar o suicídio como uma questão de saúde pública, a OMS, junto às escolas e com o apoio do governo, deve promover o treinamento de profissionais da educação para identificar tendências depressivas nos jovens e utilizarem as obras literárias que retratem o suicídio, como foi o caso da obra de Gothe, promovendo a reflexão e o alerta frente a esse emblema. A mídia, cabe usufruir de seu poder persuasivo para campanhas de valorização à vida e o incentivo à procura de auxílio.