Enviada em: 27/10/2017

Conforme defendeu o sociólogo Zygmunt Bauman, a falta de solidificação nas relações familiares, políticas e sociais se caracteriza como modernidade líquida. Em vista disso, o exacerbado individualismo é o principal responsável pelo aumento da taxa de suicídio no Brasil. Isso se dá porque, ainda no século XXI, há uma relutância em falar sobre o assunto. Nesse contexto, deve-se analisar o viés individual e psicologizante do suicídio.   Mormente, é importante observar que a abreviação da existência, têm como principal fator a depressão e outros transtornos psicológicos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) , 60% dos indivíduos que puseram fim ás suas vidas estavam deprimidos. Ademais, a depressão demonstra um estado de tristeza profunda e contínua que pode ser atrelada a relacionamentos frustrantes e problemas que parecem infindáveis. Sendo assim, é indubitável, que o papel dos familiares e amigos, é primordial para reverter esse quadro.   No Entanto, a segunda fase do Romantismo, denominada "mal do século", os poetas exaltavam a morte como estratégia de fuga da realidade. O suicídio era visto como uma forma de se libertar das angústias e desilusões da vida. Ademais, essa ideia proposta pelos ultrarromânticos perpetua-se até hoje, chegando a atingir elevados índices, sobretudo nos jovens brasileiros.    Infere-se, portanto, que o suicídio é um mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Ministério da Saúde, continuar investindo em ações que auxiliam na prevenção do comportamento suicida, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), para que o acesso seja ampliado, a fim de aumentar o número de pessoas atendidas. Ainda cabe uma conscientização, com os familiares, professores e toda a sociedade sobre a importância de dialogar sobre o ato, diminunindo, assim, a falta de informação e o silenciamento. Dessa forma, o combate ao suicídio terá mais eficácia e, as relações líquidas serão reduzidas.