Enviada em: 26/10/2017

Émile Durkheim, considerado o pai da sociologia científica, aplicou seus estudos para o método sociólogo, analisando um fato social detalhadamente e demonstrando como a variação das taxas de suicídio dependem de fatores estritamente sociais. Nesse contexto, debater sobre o suicídio, na atualidade, ainda é considerado um tabu nacional, uma vez que a ausência de informações relacionadas à gravidade do tema representa um entrave para a prevenção dessa problemática. Dessa maneira, o autocídio caracteriza-se como um contratempo para a saúde pública que necessita de intervenções capazes de promover a valorização da vida e a empatia entre os jovens brasileiros.   Em primeira plano, é indubitável que os transtornos mentais e as questões sociais estejam entre as causas do problema. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio estão relacionados aos obstáculos psicológicos. Nesse cenário, as inquietações mentais, como alterações de ansiedade e a depressão, aliadas às complicações familiares, financeiras e de sociabilidade representam os principais fatores que levam o indivíduo a adquirir crises de identidade e, consequentemente, cometer atos suicidas, visto que o acúmulo dos sintomas compromete o bem-estar e a qualidade de vida pessoal.    Além disso, cabe ressaltar que a desinformação e a adversidade relacionada aos debates interligados a esse entrave prejudicam a disseminação de informações sobre o tema. No que se refere a isso, o seriado 13 Reasons Why, estreado no dia 31 de março na Netflix, ganhou repercussão após evidenciar os motivos que levaram Hannah Baker, a personagem principal, a se suicidar. De maneria análoga, a temática pouco discutida e limitada socialmente ganhou maior visibilidade e mobilidade ao retratar algumas causas, como o estupro e o bullying, que caracterizam a seriedade do assunto.  Portanto, depreende-se que as razões psicológicas e sociais associadas ao desconhecimento dificultam a minimização das taxas de autocídio. Dessa forma, é essencial que as instituições de ensino disseminem o conhecimento através de palestras educativas, em que sejam manifestadas as causas, os dados estatísticos e a importância da comunicação, acessíveis aos familiares, educadores e alunos, objetivando a propagação de informações associadas a temática. Ademais, para estabelecer e influenciar a conscientização populacional, é necessário que as mídias elaborem campanhas preventivas referentes ao reconhecimento comportamental e ao altruísmo, capazes de fomentar a empatia entre a população.