Enviada em: 27/10/2017

Em março deste ano, o lançamento do seriado norte-americano "13 Reasons Why" reacendeu o debate por todo o mundo sobre a segunda maior causa de mortes entre jovens, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): o suicídio juvenil. No Brasil, oitavo país com maior número de casos, essa problemática tem como uma de suas causas o tabu social que a envolve e é uma questão a ser superada por nossa sociedade.       Mormente, é preciso entender por que, em geral, os jovens são mais vulneráveis ao suicídio que os adultos. No século XX, o filósofo Albert Camus teorizou que a maior causa do suicídio no mundo capitalista seria o "absurdo", situação na qual a rotina do indivíduo se tornaria insuportavelmente autômata e repetitiva, não havendo mais uma "força" motora para viver. Na hodiernidade, entretanto, percebe-se que os adolescentes são afetados pela agressividade capitalista de forma diferente: recebem um intenso fluxo de informações, emoções e experiências enquanto ainda estão formando sua identidade. Posto isso, na impulsividade característica dessa fase da vida, quando se frustam, seu choque emocional é tão grande quanto suas expectativas; alguns, em crises existenciais ou de identidade, desenvolvem problemas de saúde como depressão e encontram no suicídio a única saída para sua dor.