Enviada em: 31/10/2017

A obra "Os Sofrimentos do Jovem Werther", escrita por Gothe, inspirou uma onda de suicídios no século XVIII. O fato deu nome ao "Efeito Werther", que, em suma, prevê que falar sobre o assunto gera casos por imitação. Embora date de séculos de passados, a problemática é persistente na sociedade brasileira, em função da recusa ao debate e conscientização sobre o tema, contribuindo para o enraizamento do problema.         É indubitável que a ausência de empatia comunitária é uma das principais causas de mortes por suicídio no Brasil. Isso porque, conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, diante da lógica hipercapitalista presente na pós-modernidade em que vivemos, o egocentrismo e o individualismo tornaram-se comuns. Sendo assim, a liquidez entre as relações sociais, em conjunto com a isenção coletiva em negar o assunto, dificultam o reconhecimento do sofrimento alheio.         Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o suicídio anômico ocorre em situações de ausência de regras que mantinham a coesão social. Dessa forma, é comum que em períodos de crise econômica, por exemplo, as taxas de autocídio sejam elevadas, uma vez que o indivíduo pode ser motivado por uma perda brusca de poder aquisitivo e posição social - Cientistas calculam que a crise econômica internacional levou a um aumento de casos, sendo responsável por 10.000 mortes entre 2008 e 2010.        Destarte, infere-se que o suicídio é ainda um problema velado. Faz-se premente, portanto, a ação de empresas em parceria com o Ministério do Trabalho a fim de que sejam mediadas conferências capazes de monitorar a saúde emocional de seus funcionários. Desse modo, assuntos antes ocultos poderão ser discutidos e tratados com responsabilidade. Outrossim, é importante que o Governo oferte vagas para especialização em suicidologia, destinadas a profissionais tanto da saúde como educação, tornando-os hábeis a lidar com os casos. dekljslkjgskdhgjksdhksghdfskghjdhgjd