Enviada em: 02/11/2017

Na obra literária alemã “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Johan Goethe, o protagonista Werther encontra no suicídio uma forma de livrar-se das dores de um amor não-correspondido. A temática de infelicidade fez com que parte dos leitores, no século XVIII, se suicidassem, pois, sentiam-se representados pelos anseios do personagem e, assim como ele, viram no suicídio uma forma de libertação. Nesse sentido, percebe-se que esse problema de saúde já ocorre ao longo dos séculos e hoje, no Brasil, a taxa de suicídios está cada vez maior urgindo a necessidade de alteração deste cenário.        O suicídio é, muitas vezes, consequência de um quadro depressivo do indivíduo. Sabe-se que a depressão é resultado de várias causas, entre elas: fatores genéticos, bioquímicos, sociais e psicológicos, atuando em conjunto para que o ser sinta-se desestimulado. Entre os fatores sociais que induzem adolescentes a essa doença, estão os casos de bullying nas escolas, falta de aceitação das diversidades humanas. Em virtude disso, quando os que sofrem as opressões, sentem-se incompreendidos e sem apoio de seus queridos, ou amigos, o suicídio lhes convém como forma de acabar com o sofrimento.        Outro aspecto determinante é a economia. Países que passaram por crises econômicas, como o Brasil atualmente, tiveram um grande aumento de suicídios. Vivemos em um tempo em que falhar é algo inaceitável e, em uma cultura de sucesso financeiro, muitas vezes é preferível estar morto do que encarar a realidade de que não vive o estilo de vida almejado. Assim, quem está sofrendo com algum tipo de crise financeira, acaba sentindo-se culpado por não ser do jeito que nossa cultura prega e, acaba se suicidando.        Para que se reverta, portanto, esse cenário alarmante, urge a necessidade de que a órgãos como a OMS, trabalhem em consonância com as escolas, promovendo treinamento de professores para identificar tendências depressivas nos alunos e, utilizarem de apoio obras literárias, como o livro de Goethe, para promover a reflexão sobre o assunto. Além disso, a mídia deve utilizar seu poder persuasivo para campanhas de preservação à vida e levar à tona assuntos como reavaliações de valores da sociedade. Desse modo, as taxas de suicídio amenizarão e construiremos uma sociedade mais empática.