Enviada em: 07/12/2017

Na era da pós-modernidade, as relações humanas tornaram-se frágeis e reduzidas ao consumo, como conceituou o sociólogo Zygmunt Bauman. Notadamente, o suicídio entre jovens cresceu no Brasil, e muitas vezes está relacionado ao capitalismo contemporâneo. Nesse viés, esse consumo fomentou o bullying, o assédio e a depressão, também ligados a questões de autoimagem, orientação sexual ou classe social. Nesse quadro de padronização, a depressão e solidão levam o jovem a desistir de sua própria vida. É necessário uma reflexão sobre o papel da família e da escola no desenvolvimento no indivíduo, mas também sobre a liquidez nos laços humanos.             As redes sociais proporcionaram o surgimento dos chamados, influenciadores digitais. Esses exibem para os seus seguidores, uma rotina repleta de recentes objetos de consumo, viagens e eventos. Esse modelo de vida transitória e capitalista é o que muitos jovens desejam, e sentem-se infelizes quando não a obtêm. Na modernidade líquida, o indivíduo sente-se pressionado a exibir um sucesso baseado em regras comportamentais de consumo, para ser aceito nessa sociedade.             É lembrado que muitos casos de suicídio acompanham histórias de preconceito, homofobia e assédio. A realidade brasileira, de exclusão social e precarização da ética, contribui para que jovens sofram violência, algumas vezes na escola, por sua condição. Além de leis de proteção e criminalização, nessa perspectiva, faz-se importante a visibilidade das minorias, assim como o diálogo sobre depressão e saúde mental.             Em outro aspecto, a família algumas vezes negligencia o jovem em depressão. Ser um bom pai ou uma boa mãe, para alguns se resume ao sustento do lar. Todavia, para o jovem que afunda-se na tristeza, o apoio e aceitação familiar ajuda a entender que ele não está só. Esse suporte pode ser feito pela observação na mudança do comportamento e pela conversa. Em suma, compreensão e sensibilidade pode salvar uma vida.            Logo, faz-se necessário a coletividade para combater os números crescentes de suicídios entre os jovens. Campanhas massivas na internet, com celebridades e pessoas que sobreviveram à discriminação e depressão poderiam ajudar quem enfrenta isso. Ademais, deve-se repensar nos valores na sociedade pós-moderna, em que ter é mais importante que viver. Para isso, a educação na escola e na família pode promover uma análise sobre empatia, identidade e individualidade.