Enviada em: 11/03/2019

Em 2017, foram registrados 104 episódios violentos relacionados ao futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores, informa o jornal El País. Entretanto, não é só no futebol que a violência está inscrita, mas em inúmeras modalidades esportivas. Desse modo, a falta de segurança e organização nos estádios e arredores dos mesmos possibilita a eclosão de tais ações agressivas entre as torcidas, gerando até mesmo mortes, como cita a notícia.    No Brasil, há tempos, observa-se a carência de uma fonte que gere um sentimento de proteção à população, e isso é sentido por boa parte dos brasileiros em relação ao governo de cada Estado. Em razão disso, o filósofo Thomas Hobbes cita que antes de existirem leis, os seres humanos se relacionavam puramente pela violência, a chamada ''Guerra De Todos Contra Todos''. Após o Contrato Social, o qual cada indivíduo renuncia a agressão em favor da liberdade civil, o Estado é formado, possuindo a função de proteger o indivíduo. Com isso, o Estado não cumpre sua função na sociedade brasileira, devido à incapacidade das autoridades de assegurarem a população, tanto em bairros e cidades quanto em estádios esportivos, onde a selvageria das ruas também é notada. Logo, de certa maneira, a violência no esporte é um reflexo de uma face da sociedade que engloba a violência no cotidiano.     Além disso, outro fator que contribui para tal brutalidade no esporte é a falta de organização por parte das autoridades sobre as torcidas, visto que, no Estádio do Morumbi, por exemplo, a mistura de torcidas rivais ocorre. Por conseguinte, tal desorganização nos assentos apenas facilita a ação de torcidas organizadas se rebelarem. Em suma, a coordenação, desde a entrada nos estádios, é crucial, pois o modo em que a torcida se envolve de ''corpo e alma'' pelo seu time do coração pode corroborar a violência no esporte.     Portanto, para melhorar a situação agressiva no esporte brasileiro, é imprescindível o aprimoramento da segurança e da organização dos estádios e arredores. Para isso se concretizar, é necessário que o dono do estádio contrate uma empresa de segurança privada e que também seja auxiliada pela guarda civil nos arredores dos estádios. Com essa segurança reforçada, assegura-se a proibição do uso de camisetas de torcidas organizadas que incitam a desordem. Conjuntamente, é necessário que os ingressos indiquem os assentos, de modo que torcidas rivais não se situem próximas às outras. Essas medidas auxiliam na contenção de conflitos e na diminuição de casos de mortes devido à violência no esporte.