Enviada em: 17/04/2019

Durante uma partida de futebol no Brasil, é típico que a torcida expresse toda sua devoção a seu time; aliás, não apenas tal fanatismo, mas, o esporte de modo geral, é intrínseco à cultura brasileira. Este age como pacificador, em combate à violência urbana e resgate à jovens em situação de vulnerabilidade social. No entanto, os campeonatos esportivos tem presenciado incidentes cada vez mais violentos, justo pela violência da qual estão em combate.        Em reflexo desse cenário, foi noticiado pelo jornal Estado de Minas, três casos ocorridos no dia 14 de abril de 2019, horas antes de uma partida de futebol pela final do campeonato mineiro; nesses foram apreendidas 27 bombas, 20 bastões de madeira e uma arma de choque. Mais 110 mortes já foram contabilizadas pela polícia desde 2013. Esse paradoxo _ em que o esporte que é oposto à violência torna-se veículo da mesma _ advém de fatores culturais e de segurança pública, e precisa ser erradicado, pois só reforça situação crítica de segurança pública já vivenciada pelo Brasil.       Como dito anteriormente a prática esportiva é muito mais que um objeto de lazer para crianças e adolescentes marginalizados; este elemento cultural, é um meio de escape e confronto da situação vivenciada por eles; por intermédio da ascensão social, que os proporciona melhores condições de vida; mas não apenas desta! afinal, a visibilidade e prestígio só são ditas aos atletas.       É válido reforçar que a violência observada nos campos esportivos é fruto da cultura brasileira. Ora o fanatismo exacerbado, fator cultural, cultuado pelos brasileiros; somado ao cenário de constante violência em que estão inseridos, culmina em atos extremos por motivos banais. Não é por acaso que os incidentes se concentram no Rio de Janeiro, estado que mais carece de segurança pública.      O Brasil pouco tem investido em segurança pública e o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, já propôs medidas erradas para a solução do problema. O porte de armas, legalizado por ele, é ineficaz no combate a violência urbana; afinal é algo inacessível economicamente à maioria da população e só reforça o clima de insegurança na sociedade brasileira. A violência no esporte só será eliminada a partir do momento em que a violência urbana for minimizada.       Assim sendo, a medida mias é eficaz de combate a violência urbana é que o Estado cumpra seu papel de suprir todas as necessidades básicas do brasileiros, para que tendo as suprido não seja mais necessário a população busca-las por intermédio do crime. Isso deve ser feito por meio da disponibilização de verba ampliação de projetos sociais já existentes, como o Bolsa Família, Casa Popular e Escola para Todos; além disso cabe a conscientização social, por intermédio midiático, acerca das virtudes esportivas, para uma disputa saudável e livre de agressões.