Enviada em: 05/05/2019

Desde a era dos gladiadores, na Roma Antiga, é perceptível uma dicotomia entre esporte e violência, na forma de expressão cultural. No entanto, no limiar do século XXI, apresenta-se visível no Brasil uma elevada taxa de violência no âmbito esportivo, seja por parte dos torcedores ou dos atletas. Dessa forma, faz-se necessária uma análise das causas e consequências desse cenário caótico.          Em primeiro plano, destaca-se a importância do esporte como ferramenta de inclusão social e, por estar enraizado culturalmente no país, consegue mover distintos setores sociais, o que intensifica a violência gerada pelas diferenças presentes nesse meio. Segundo pesquisas realizadas pelo sociólogo brasileiro Maurício Murad, pode-se contabilizar 145 mortes relacionadas ao futebol em menos de uma década. Percebe-se, dessa forma, como inadmissível que um país culturalmente esportivo ainda não tenha despertado o senso de respeito em torno da competitividade presente nos esportes, o que ocasiona uma vulnerabilidade social devido ao elevado índice de violência presente nesse meio.                Em decorrência do supracitado, convém analisar a situação da violência presente nos esportes praticados no país, principalmente, no futebol, símbolo cultural brasileiro. A deficiência na segurança contribui para uma situação de risco no meio esportivo, pois a presença de torcedores fanáticos, o consumo de álcool e drogas ilícitas e a falta de estrutura presente em parcela significativa de estádios definem 85% dos atos violentos, segundo dados de pesquisa do IBGE. Dessa forma, apresenta-se como inaceitável o Brasil ser caracterizado como o "país do futebol" e sofrer com tal circunstância caótica não só em seus campos futebolísticos, mas também em sua estrutura esportiva como um todo.                 Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir  uma redução na violência presente no esporte brasileiro. Dessa maneira, urge que deve ser efetuado pelo Estado políticas públicas voltadas para a prevenção da violência com a aplicação de punições mais rígidas e um aumento no sistema de segurança pública no âmbito esportivo, assim como a homogeneização do debate por parte da mídia, para que reforce as ações de combate à violência. Além disso, o meio escolar deve, como agente formador de opinião, estimular o debate sobre o tema para a conscientização do indivíduo desde a sua base educacional.