Enviada em: 05/05/2019

No Império Romano, por priorizarem a conquista ao território, o esporte possuía um caráter de espetáculo popular, onde o seu objetivo era a preparação dos indivíduos para a guerra, prova disso eram os brutais e sangrentos jogos de combate de gladiadores. Hodiernamente, após séculos, nota-se o quão intrínseca esta a violência nos eventos esportivos, tanto entre os jogadores como entre os torcedores de times em disputa. Nesse contexto, alguns fatores preponderantes contribuem para o aumento desse fenômeno no cenário brasileiro, tal como o nacionalismo que atribui um senso exagerado a vitória, como também a ineficiência do Estado em coibir determinadas ações.    Primeiramente é importante analisar o poder persuasivo que a mídia possui, impulsionando uma super valorização sentimentalista dos times. Assim, cria-se um nacionalismo exagerado, cometendo excessos de demonstração de lealdade à equipe atiçando brigas antes, durante e depois do evento esportivo. Com isso, muitos distorcem o real sentido de desporto, e contraria a filosofia de Jean Paul Sarte " a violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota". Assim, utilizam da agressão para mostrar uma superioridade absoluta de um time perante o outro, tendo os adversários  como inimigos latentes.    Outro fator preponderante, é analisar as lacunas existentes no Estado, no que diz respeito a falta de segurança no ambientes esportivos, como por exemplo, nos estádios de futebol. Segundo o sociólogo Maurício Murad, os distúrbios que ocorrem nos campos brasileiros só confirmam a incapacidade das autoridades em lidar com a violência no futebol. A falta de treinamento dos profissionais torna cada vez mais alarmantes esses casos. O Estado na condição de garantir segurança para a população,  precisa promover a capacitação por parte dos policiais e assim diminuir gradativamente essa violência.    Fica evidente portanto, a mudança no comportamento dos que utilizam da violência para se impor. Diante disso, o Estado brasileiro, por intermédio de políticas públicas analisadas com prioridade, deve adotar leis mais restritas, tais como cartões de identidade obrigatórios para ter acesso aos estádios, e assim seus portadores quando julgados e condenados, terão estes recolhidos. Outrossim, a mídia, por meio de, respectivamente, campanhas de conscientização aos seus interlocutores como fator essencial para o convívio coletivo, de modo a combater essa visão retrógrada e a formar um paradigma comportamental de respeito ao meio esportivo.