Enviada em: 05/05/2019

Durante a Idade Média, especificamente no Coliseu, foram apresentados entretenimentos ao público, jogos na qual havia a inexistência da virtude, ou seja, jogo abarrotados de violência, sangue e mortes, sem o consentimento dos participantes. No entanto, no final do século XX e no início do XXI eclodiram em estádios, um reflexo não só do quadro de insegurança que assola os Estados do Brasil mas também de como a violência social se embrenha pelo esporte mais popular do país.      A priori, a violência praticada entre torcedores nos estádios de futebol e arredores sempre foi alvo de polêmicas e extensa cobertura midiática. Esse lamentável comportamento gera indignação popular, pois é de difícil compreensão a prática de atos violentos como esses por maiores de idade num ambiente, teoricamente, de lazer. No Brasil, a formação de torcidas organizadas, que tem como características a representação do time nas arquibancadas manifestando-se na partida através de musicas, gritos de guerras etc, tudo com o intuito de deixar a partida com mais emoção, acaba tornando-se um grande problema, as brigas nos estádios. Assim, cria-se um nacionalismo imperativo, ou seja, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais, vide as torcidas organizadas. Essas usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia de um time sobre o outro.      Outrossim, não há dúvidas de que a violência no esporte advém de uma face da sociedade que engloba a violência no cotidiano. Segundo dados, em 2017, foram registrados 104 episódios violentos relacionados ao futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores, outros sete casos ainda estão sob investigação. Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, até mesmo, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendida pelos próprios clubes,       É imprescindível, portanto, a mudança na conduta daqueles que usam a ferocidade para se imporem diante de outros times. Para isso, o Brasil poderia se basear em países com referência em segurança nos estádios, como a Inglaterra; que sofreu ataques segregacionistas e repressivos de grupos chamados “Hooligans” e, para combatê-los, fez o cadastramento de torcedores, o uso de reforço policial e expulsão temporária aos que desviarem da pacificidade entre os jogos. A mídia e os clubes podem promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social do esporte.