Enviada em: 05/05/2019

Desde a Idade Média, os atos de violência eram associados a manifestações de imposição de poder. Diante deste cenário, os jogos entre os gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, sucediam ao público a afeição à brutalidade e a justificativa baseada nos valores culturais. No entanto, após séculos de avanço e proteção aos direitos humanos, situações parecidas ainda refletem esses traços no ambiente esportivo, como as torcidas organizadas  nos estádios de futebol e seu sentimentalismo exacerbado.  É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Tendo em vista que, o Brasil é considerado um dos países mais violentos em diversos aspectos, dentre eles o esportivo, liderando o ranking de mortes em estádios de futebol, como aponta a pesquisa feita pelo professor e sociólogo Maurício Murad. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, as torcidas organizadas são uma das principais causadoras deste cenário caótico, seja dentro ou fora dos estádios. Tais fatos só comprovam que a segurança nesses lugares tem sido ineficaz, visto que, os agressores muitas vezes passam impunes. Enquanto que, para as vítimas que sofrem violência física ou moral, os danos são irreversíveis.  Ademais, a falta de preparo na segurança tem facilitado ainda mais para que inúmeras barbaridades aconteçam. De acordo com o professor e sociólogo Marquês de Maricá, o sistema de impunidade é também o promotor dos crimes. Seguindo essa linha de pensamento, observar-se que  a impunidade gera um sentimento de desrespeito diante às autoridades. Transformando um estádio em guerra, em que torcedores usam a agressão ou o vandalismo para representar um tipo de defesa  e supremacia de um time sobre outro.   Portanto, é imprescindível, a mudança da conduta daqueles que usam a ferocidade para si imporem diante de outros times. Destarte, o Estado deve investir em uma segurança mais qualificada, promovendo a proibição de torcidas organizadas e também punindo aos que desviarem da pacificidade entre os jogos. Outrossim, a mídia deve promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social.