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Enviada em: 04/05/2019

A violência tem seu fim   Ofensas, discussões, agressões. Diversas são as consequências negativas provenientes de jogos atualmente no Brasil. Desde a criação dos primeiros jogos olímpicos há cerca de quatro milênios, na Grécia Antiga, até os dias de hoje, construiu-se aos poucos um triste cenário de violência. Com efeito, esse panorama de desconstrução do esporte, fruto, principalmente, da ineficácia do estado em promover a segurança pública e da intolerância social com o outro, mostra-se um desafio a ser superado com urgência.    Em primeira instância, sob a ótica histórico-social, essa inabilidade estatal fomenta a cultura de agressão no país, haja vista não conseguir conter tamanha barbárie. Além disso, dados do jornal El País confirmam que somente entre fevereiro e março de 2018, houveram 52 torcedores detidos por brigas dentro ou no entorno dos estádios de futebol, o que mostra a importância do debate acerca dessa problemática. Vale ressaltar, também, que a gênese desse processo comportamental possui estreita relação com a cultura de violência permeada no país desde sua descoberta e colonização, na qual o povo brasileiro aprendeu que a linguagem violenta é a mais eficaz.      Em um segundo plano, essa inabilidade do estado também motiva a intolerância da população entre grupos diferentes, visto que a violência não apenas no futebol, mas em tantos outros esportes tem se tornado cenário de brigas frequentes. Ademais, essa realidade desmaterializa com nitidez a concepção de "Homem Cordial" refletida por Sérgio Buarque de Hollanda, cuja base teórica buscava expor a admirável cordialidade do povo brasileiro. Com isso, tal reflexão reaviva a problemática enfrentada atualmente, na qual essa grave situação de violência ainda se faz presente no contexto nacional.     Portanto, é perceptível que a inabilidade Estatal e a intolerância social são desafios para a segurança nacional. Visto isso, afim de garantir acentuada diminuição da violência nos esportes brasileiros, cabe ao Governo Federal, via Ministério do Esporte, mediante o redirecionamento de verbas, contratar maiores efetivos de policiamento para todos os jogos. Adicionalmente, a mídia pode cumprir seu papel influenciador ao promover campanhas de pacificação entre as torcidas. Dessa maneira, construir-se-á de fato um país cordial e a reflexão de Sérgio Buarque de Hollanda será uma realidade tangível.