"Afflicted" é uma série de televisão documental americana da Netflix, estreada 2018, que acompanha diversos indivíduos que sofrem de várias doenças crônicas e buscam tratamento, dentre eles, uma jovem obcecada por se autodiagnosticar, fenômeno intensificado pela ascensão da internet. e que ficara conhecido como Cibercondria. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro e impossibilitam que a população desfrute plenamente do bem estar social. É relevante abordar, primeiramente, que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948, pretende garantir a todos o direito á saúde. Contudo, a realidade é justamente o oposto e pode ser refletida pela precariedade do sistema público de saúde. Segundo dados divulgados pelo Instituto de Ciência de Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 76,4% dos brasileiros se automedicam ou buscam potencializar os efeitos terapêuticos de fármacos prescritos, por intermédio de indicações de amigos, familiares ou por pesquisas virtuais. Faz-se mister ainda, salientar que as mazelas e demais obstáculos do SUS e outros centros de consultação, como a falta de atendimento e tratamento básicos, agravam a situação. De acordo com Zygmunt Bauman, autor de "Modernidade Líquida", a ideia de progresso foi transferida da ideia de melhorias partilhadas, como seria sem tais adversidades do sistema de saúde, para a de sobrevivência do indivíduo, mediante o uso indiscriminado e sólito de medicamentos. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver o emblema. O Ministério da Saúde deve, juntamente com o setor midiático, promover campanhas, propagandas e debates, com profissionais capacitados, em escolas e redes sociais, quanto aos perigos da automedicação e autodiagnosticamento, e a importância da consulta médica. Ademais, as entidades governamentais devem direcionar verbas suficientes para o correto funcionamento e manutenção do sistema de saúde, afim de que o bem estar social seja garantido a todos.