Enviada em: 04/06/2019

O advento da internet possibilitou o avanço das formas de comunicação e permitiu maior acesso à informação. No entanto, a cibercondria, síndrome da pesquisa da internet, em que você coloca seus sintomas e o por meio disso o site mostra o que você têm, esta preocupando vários médicos, pois, muitos pacientes já chegam ao consultório pré-determinado sobre sua condição. O que causa um aumento da automedicação, e exames errados. Resultado de uma sociedade com uma lenta mentalidade social, além do descaso político com prerrogativas governamentais, que não oferece saúde e atendimento para todos.                        Em primeiro lugar, analisando mais profundamente o contexto brasileiro, percebe-se que a cibercondria, manifesta-se quase indissociável à cultura, pois, segundo o sociólogo Pierre Bordieu, as estruturas sociais são internalizadas pelos indivíduos. Dessa forma, a sociedade acostumada com rapidez da era digital, enxerga a consulta online como a melhor saída. Sob essa conjuntura, a pesquisa feita pelo ICTQ (instituto de pós- graduação para profissionais do mercado farmacêutico) afirma que 79% dos brasileiros praticam a automedicação. Logo, essa ansiedade pode acarretar muitos problemas, como diagnósticos errados, preocupações desnecessárias e uso de remédios incorretos. Dessa forma, as consultas online podem acarretar problemas como depressão, crise do pânico e dependendo da dosagem, a morte.                     Outrossim, é importante salientar que a questão governamental e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, no livro ”Ética e Nicômaco” a política serve para garantir o equilíbrio entre os cidadãos, logo, verifica-se que esse conceito encontra-se deturpado do Brasil. Tal fato se reflete nos baixos investimentos em saúde, falta de profissionais e medicamentos gratuitos, direito previsto pela Constituição Federal de 1988. Desse modo, o déficit faz com que os brasileiros enxergam a única saída consultar no Google.                   Portanto, é dever do Estado, por meio do Ministério da Saúde e de suas secretarias um maior investimento em á profissionais e medicamentos. Além disso, cabe ao Ministério da educação a implementação de um programa nacional escolar, que vise conscientizar a população dos perigos da cibercondria, o que deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças teatrais, com o intuito de desenvolver o senso critico dos indivíduos. Paralelamente, ONGs devem corroborar com o processo, com o fito de distribuir cartilhas em comunidades que informe os problemas da automedicação. Dessa forma, com o equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.