Enviada em: 01/06/2019

Em 1988, com a promulgação da chamada "Constituição Cidadã", a saúde passou a ser considerada um direito para todos os brasileiros. Porém, com o histórico pequeno de acesso a esse serviço pela população, além de problemas no funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e do advento e popularização da internet, grande parte da população buscou no meio virtual um substituto aos médicos. Essa realidade levou a um problema grave: a cibercondria. Somado a ela, a facilidade de acesso a fármacos sem receita médica gerou uma tendência patológica de automedicação desenfreada e ansiedade quanto a possíveis doenças.           O termo "cibercondria" vem da junção da palavra estrangeira "ciber" - que remete ao mundo virtual - e hipocondria - um distúrbio que implica num temor constante sobre a saúde própria, levando o indivíduo a manifestar física ou psicoloicamente sintomas de patologias que não possui na realidade. Com a expansão do acesso das pessoas à internet no início do século XXI, essa se tornou um amplificador para a atuação de hipocondríacos, pois possibilitou pesquisas rápidas nos navegadores virtuais quanto a "doenças" ou sintomas, que as pessoas alegam possuir, onde são bombardeadas de informações, muitas vezes duvidosas, que orientam-nas a como tratar-se sem nenhuma avaliação efetiva de um profissional da saúde.        Ademais, o acesso quase que livre dos cidadãos brasileiros a compra de medicamentos exponencia o problema e cria até outros. A naturalidade com que as pessoas vão a uma farmácia e compram um remédio qualquer por terem ouvido falar, seja de um parente ou da internet, que "é bom" para aquilo que o indivíduo acredita ter banaliza a necessidade da examinação e orientação médica. Além disso, essa atitude irresponsável pode levar a doenças hepáticas e renais pelo consumo descontrolado de substânicas presentes nessas drogas e até a dependências químicas a partir do consumo constante delas.                 Dessa forma, é evidente a necessidade da tomada de medidas para combater esses hábitos e essas problemáticas. O Ministério da Saúde deve instruir o Congresso Federal a criar uma lei que imponha que a venda de medicamentos em farmácias seja feita apenas com a apresentação de receita médica. Somado a isso, os meios de comunicação, junto ao Conselho Federal de Medicina, deve alertar e informar ao público - por meio de encenações e propagandas no intervalo entre as programações - quanto a importância do diagnóstico de doenças e a respectiva definição do tratamento dessas ser feito por médicos. Com isso, será possível diminuir a presença da cibercondria na cultura nacional e o Governo poderá honrar mais o direito constitucional à saúde de todos os cidadãos.