Enviada em: 29/09/2019

A Relação com a saúde na era digital       O fato de estar conectado com o mundo através da internet alterou praticamente todas as formas de relação humana, inclusive aquela com o tratamento de doenças. A cibercondria, termo atual, revela que a hipocondria se torna facilitada na era digital, gerando danos tanto para a saúde do indivíduo que a pratica quanto para a saúde pública em geral.       São indiscutíveis os benefícios que o uso da internet acarreta, assim como impensável uma vida sem ela. Entretanto, na área da saúde, a facilidade do autodiagnóstico se torna cada vez mais usual, causando um impacto realmente negativo. A troca do diagnóstico médico convencional pela busca informal no google não é mais novidade, concluindo-se erroneamente a patologia em questão ou trocando o tratamento previamente estabelecido por um profissional capacitado por algo equivocado. Neste cenário perigoso, sites responsáveis por tais informações deveriam ser notificados, pois no caso de doenças graves trata-se de um verdadeiro risco para a saúde, sendo assim, informações de tratamento não poderiam ser de acesso tão banal.       Além do autodiagnóstico, a internet também estimula a cibercondria, fenômeno no qual o indivíduo se automedica compulsivamente, nesse caso com o respaldo vindo do mundo Web. Segundo o ICTQ (Instituto de Pos -Graduação para Farmacêuticos) a maioria dos brasileiros com mais de 16 anos se automedica, prática esta vista como corriqueira e autorizada pela sociedade. Entretanto, o uso indiscriminado de certos medicamentos, além de causar danos para a saúde individual, pode tornar ineficaz o medicamento, como o caso de diversos antibióticos que perderam seu efeito ao passar do tempo devido à falta de moderação de uso, se enquadrando como um risco de saúde pública.        Levando em conta o uso crescente da internet (sem ignorar suas diversas virtudes) faz-se necessário que os conteúdos de tratamento médico sejam mapeados evitando o acesso pelos pacientes, principalmente no caso de doenças graves e terminais. A compra de medicamentos deve seguir sendo cada vez mais restrita, para que assim, a cibercondria não se propague como um verdadeiro problema de saúde pública. O objetivo da sociedade deve ser o de aproveitar os recursos positivos da internet, refletindo constantemente sobre como evitar os seus incontáveis efeitos colaterais.