Enviada em: 12/11/2018

Atualmente, a ingerência do governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos tem causado uma série de polêmicas. Talvez a mais tensa delas seja a questão do medo atômico decorrente das provocações e trocas de acusações de países como a Coreia do Norte. Com isso, todo o mundo fica em alerta, até mesmo países como o Brasil.       O primeiro sentimento causado pelo temor atômico é a inabilidade das autoridades brasileiras em lidar com o tema, sobretudo quando a instabilidade no exterior traz graves consequências econômicas. Na condição de país em desenvolvimento que depende do rolamento das dívidas interna e externa, crises políticas no exterior costumam ter impacto considerável no câmbio, provocando a fuga de capitais. Dessa forma, mesmo que o Brasil não se envolva diretamente no conflito, sofre indiretamente os efeitos da tensão, mesmo que nada mais ocorra.       Já internamente, ainda falta muito esclarecimento sobre exatamente o que é um risco de conflito armado com potencial bélico atômico. Isso se deve ao fato de que o brasileiro médio não conhece os efeitos da guerra. Ao se mencionar a fala do ex-secretário de defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, onde ele afirma que o grande medo atômico no caso da Coreia do Norte é um ataque a Seul, muitos não dimensionam que a remota capital no oriente poderia ser São Paulo, cuja região metropolitana também se aproxima dos mesmos 20 milhões de habitantes.       Assim, é preciso desenvolver no brasileiro duas percepções: a crítica sobre a blindagem econômica para proteger o país de especulações e também difundir os riscos reais do medo atômico pelo mundo. Quanto ao primeiro, o Banco Central do Brasil deve manter reservas compatíveis com tais riscos, de forma a intervir no mercado para manter estável o valor da moeda; ao segundo, o Ministério da Educação deve reforçar o currículo escolar e distribuir aos professores de todo país cartilhas informativas para sala de aula. Assim, por meio da informação, novas gerações de brasileiros estarão melhor preparados para o debate sobre o real medo atômico.