Enviada em: 23/06/2018

O romance "O Cortiço", de Aluísio de Azevedo, sintetiza em um único espaço os problemas do crescimento desordenado de uma grande cidade. Embora tenha sido escrito no século XIX, tanto o livro quanto a realidade atual assemelham-se ao refletir nos habitantes as consequências resultantes de tal desenvolvimento. Nesse sentido, a ocupação urbana desorganizada, aliada a escassez de investimentos públicos, acentua as desigualdades entre os cidadãos.   Sob essa perspectiva, a má distribuição de serviços públicos e privados limita a ascensão social dos mais pobres. Dessa maneira, a maior concentração de tais serviços nas regiões centrais limita o acesso dos habitantes dos locais periféricos, que necessitam de mais tempo e investimento para deslocar-se. Assim, as oportunidades entre os cidadãos diferenciam-se e restringem o avanço igualitário dos indivíduos.   A incapacidade governamental, além disso, acentua a precariedade de muitos postos trabalhistas. Com a limitação de investimentos em serviços, a obtenção de qualificação pelos moradores de periferias é dificultada, o que ocasiona menor número de indivíduos aptos a disputar vagas de trabalho. Desse modo, aumenta a incidência de empregos informais, os quais não garantem direitos trabalhistas aos cidadãos, acentuando ainda mais a marginalização dos indivíduos.    Para minimizar as consequências do crescimento urbano desordenado, é necessário desconcentrar os serviços. Tal processo deve ser realizado por uma parceria público-privada, de modo que o Governo estabeleça contratos com empresas que forneçam serviços básicos, como nos campos da educação e saúde. Com essa parceria, o investimento chegará em áreas afastadas mais rapidamente e poderá diminuir as desigualdades existentes na sociedade.