Enviada em: 22/07/2018

No século XVII, a industrialização da Inglaterra aliada à Lei dos Cercamentos propiciou um aumento significativo das massas populacionais nas cidades e isso resultou em situações precárias de vida para os habitantes. No Brasil hodierno, a concentração populacional nos centros urbanos é um dos fatores responsáveis pela ocupação desordenada e esse fato, juntamente com a falta de planejamento estatal, ocasiona em consequências negativas que impactam diretamente na qualidade de vida da população. Desse modo, essa realidade favorece o aumento do desemprego e das favelas.      Convém destacar, a princípio, que nas cidades a disponibilidade de mão de obra é superior à oferta de emprego e isso resulta em uma grande quantidade de pessoas que não têm oportunidade exercer uma atividade laboral. Essa desproporcionalidade é comparada a Teoria Malthusiana, porém o foco de comparação é entre crescimento populacional e trabalho disponível, em que o aumento se dá em progressão geométrica e aritmética respectivamente. Logo, é evidente que a manutenção dessa tendência está diretamente relacionada à ampliação da pobreza nos centros urbanos, uma vez que a ausência de fonte de renda é um dos obstáculos para viver de forma digna.      Ademais, ressalta-se que um dos resultados da ocupação desordenada é o processo de segregação espacial que, consequentemente, intensifica a expansão dos aglomerados subnormais. Segundo Saskia Sassen, socióloga holandesa especialista em urbanismo, a especulação imobiliária é um dos fatores responsáveis pela migração de uma parte considerável da massa populacional dos centros urbanos para as favelas, pois esses locais estão mais configurados a sua realidade financeira. Dessa maneira, o aumento do mercado consumidor ocasiona em uma variação positiva no valor das moradias e, consequentemente, corrobora para acentuar a migração para os locais de menor custo de vida.      Urge, destarte, que ações sejam realizadas com o fito e combater as consequências da ocupação urbana desordenada. Mormente, o Ministério da Fazenda, órgão responsável pela formulação e execução da política econômica nacional, deve incentivar a contratação de colaboradores nas pequenas e micro empresas situadas nas cidades, por meio da disponibilização de mais crédito financeiro para que essas instituições invistam mais em seus negócios e ampliem suas capacidades produtivas. Dessa forma, será possível ofertar mais empregos e combater o desemprego nos centros urbanos. Concomitantemente, o Ministério das Cidades, em parceria com o Poder Legislativo, deve controlar o preço dos imóveis, por meio da elaboração de uma lei que limite o valor de uma parcela das propriedades de acordo com a realidade financeira da maioria da população. Assim, será possível combater a segregação espacial e mitigar o aumento das favelas. disponibilizar mais crédito para os microempreendedores e pequenas empresas