Enviada em: 23/06/2019

No romance, "O cortiço" de Aluísio Azevedo, é retratado a vida no cortiço, um local insalubre, com falta de saneamento básico e propício a propagação de doenças, onde vive pessoas com pouco prestígio social. Fora da ficção, a ocupação urbana desordenada traz realidades semelhantes a aquela apresentada na obra de Azevedo, trazendo consequências socioeconômicas e ambientais, como a favelização e a poluição hídrica. Assim sendo, é necessário debater os motivos pelo qual essa problemática se torna presente nos dias atuais.       Em primeiro plano, é importante perceber que o processo de urbanização acelerada e desorganizada leva a marginalização e a favelização. Durante a década de 50, no governo  de Juscelino Kubitschek, houve um grande fluxo migratório, em especial do campo para a cidade, como consequência de um processo de industrialização acelerada que vinha ocorrendo no país. Logo, as cidades não estavam preparadas para receber aquela quantidade de migrantes, e esses se viram obrigados a irem para as periferias dos grandes centros urbanos. Essas periferias não possuem serviços, como saneamento básico, e sofre sérios problemas com criminalidade, desemprego e surtos de doenças, além de estarem mais propícios a desastres naturais como deslizamentos.        Por conseguinte, vale ressaltar que a o crescimento desorganizado das cidades traz a poluição hídrica, ou seja, a contaminação da águas dos rios. Segundo um estudo da Fundação SOS Mata Atlântica, amostras de água com qualidade ruim cresceram de 40% para mais de 66%. Os principais responsáveis por esse aumento são o lançamento de efluentes industrias, domésticos e agrícolas. Como consequência, a qualidade da água fica comprometida e acarreta em vários problemas, entre eles: crises de abastecimento, proliferação de doenças, como meningite e cólera, eutrofização, e morte de especies aquáticas. Assim, o crescimento desordenado das cidades e mau planejamento das redes de esgoto leva ao aumento da poluição hídrica.       Infere-se, portanto, que solucionar os problemas devido a ocupação desordenada urbana é um grande desafio. O Governo Federal, mais especificamente, o poder legislativo, deve agir em favor da população, por meio de políticas públicas, como a construção de redes de saneamento básico e postos de saúdes nas favelas, a fim de garantir serviços básicos para essa parte marginalizada da sociedade. Além disso, o Governo Federal, aliando ao Ministério do Meio Ambiente, deve criar maiores investimentos para instalação de estações de tratamento de esgoto, além de intensificar a fiscalização de indústrias, a fim de garantir a proteção dos rios. Feito isso, a realidade apresentada no livro "O cortiço", será apenas ficção.