Enviada em: 24/04/2019

Controle consensual       No séc. XX, com o advento da internet, o meio geográfico tornou-se técnico-científico-informacional, ou seja, a informação passou a ser preponderante na vida em sociedade. Sua expansão reflete, também, na vida de crianças e adolescentes, que ficam expostos aos mais diversos tipos de conteúdo. Tais conteúdos, quando prejudiciais, como a pedofilia na internet, são denominados “ciber riscos”, aos quais, segundo o Fórum Econômico Mundial (FEM), cerca de 300 milhões de crianças estão expostas. Em face disso, difunde-se a discussão acerca da importância do papel dos pais e dos seus limites no controle das atividades dos filhos na internet.       O controle dos pais sobre o que os filhos acessam na internet é muito importante, pois evita que estes se tornem vítimas de crimes na internet. No entanto, segundo Ernie Allen, um dos maiores especialistas em segurança digital no mundo, os riscos do uso precoce e não monitorado são absolutamente subestimados pelos pais. Segundo o FEM, 56% das crianças entre 8 e 12 anos estão expostas a ameaças na internet. Dentre as ameaças, a principal é a pedofilia, que, na internet, possui maior organização, devido à possibilidade de maior troca de informações entre pedófilos. Como exemplo da dimensão do perigo, pode-se citar a operação Luz na Infância, da Polícia Federal, que luta contra a pedofilia na internet, já prendeu centenas de pessoas e analisou mais de 1 milhão de arquivos.       Apesar de extremamente necessária, a vigilância sobre os filhos deve ser feita de maneira consensual e equilibrada, para que ela seja efetiva. Não se deve forçar o controle, e nem o realizar de maneira autoritária, pois assim, a privacidade do filho será violada, e ele esconderá a verdadeira conta que usa nas redes, deixando um conta fictícia para os pais controlarem. Portanto, deve-se estabelecer uma rede de confiança desde a infância, pois, como diz Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. A família, como instituição social primária, estimulando o diálogo, deixa os filhos mais à vontade para compartilharem possíveis problemas no mundo da internet.       Destarte, o governo deve tomar medidas de prevenção que sejam eficientes. Assim, o Ministério da Comunicação deve difundir,através de postagens nas redes sociais,medidas de segurança relacionadas à navegação na internet, inspirando-se no trabalho pioneiro da ONG Safernet, que disponibiliza filtros e bloqueios, além de um canal de denúncia contra a pedofilia na internet, de modo a dificultar a ação de criminosos. No âmbito familiar, o SUS deve expandir a “Estratégia Saúde da Família”, que realiza trabalhos nas escolas, buscando identificar más relações familiares, e nas casas, onde estimula o fortalecimento dos laços familiares, possibilitando aos pais um controle efetivo, baseado na confiança.