Enviada em: 03/05/2019

Em meados de 2017 uma "brincadeira" de desafios ativou o sistema de alerta dos pais: a chamada "Baleia azul". Incitando crianças e adolescentes a ações preocupantes, esse jogo levou uma série de jovens a cometerem suicídios. Diante desse novo tipo de ameaça e de outros conteúdos agressivos, percebe-se a importância do controle parental. Cabendo, assim, analisar o papel desse monitoramento, a fim de propor soluções capazes de combater o discurso falacioso da invasão de privacidade.      É válido considerar, primeiramente, que a extrema liberdade de manipulação das tecnologias pelos pequenos, desprovida de supervisão, é problemática. Para compreender tal constatação, convém contemplar o pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu sobre a função da família na socialização do indivíduo. Segundo o teórico, o contato familiar é responsável pelos "Habbitus primários", ou seja, é essa instituição que deve instruir e capacitar o ser para o convívio mais complexo deste com outros grupos. Nesse sentido, torna-se plausível o controle parental nas redes, dado que o acompanhamento faz parte de um processo educativo.      Admite-se apontar, além disso, essa medida como um método de prevenção. Contrariando o pensamento central da discussão, a série distópica Black Mirror representou o controle parental no episódio "Arkangel", em 2017, de maneira catastrófico. É preciso ressaltar, contudo, que manter a vigilância dos passos das crianças nos eletrônicos está longe de ser um exagero. Essa concepção pode ser facilmente apurada mediante o alerta gerado aos pais por conteúdos veiculados nas redes, os quais, muitas vezes, são acompanhados pela pornografia e pela violência explícitas. Prova disso, foi a infeliz postagem de um vídeo do carnaval de 2019