Enviada em: 12/08/2019

É incontestável que o grande marco do século XXI é a internet. Tal tecnologia surgiu com a chamada Terceira Revolução Industrial, que se iniciou em meados do século XX, se resumindo ao processo de informatização dos meios de produção e tecnologias industriais, e com isso viabilizou a globalização. Representando dessa forma a redução das distâncias entre as pessoas, economias, conflitos, etc. Entretanto, essa aproximação entre pontos distantes do mapa geográfico ilustra também o conflito à escalas globais, ficando sujeitos à serem violadas pelos outros usuários, o que causa grande insegurança e preocupação, principalmente dos pais, que enxergam o controle parental como intervenção.   Diante de tal contexto, percebe-se que, o que coloca em risco esses jovens usuários é justamente o fato das crianças estarem imersas em um universo totalmente abstrato e complexo, que é a internet. Ou seja, é completamente incoerente o fato de crianças usarem uma ferramenta que, nem os adultos especialistas na área, conhecem plenamente, permitindo que aqueles de má fé se aproveitem da ingenuidade desses, colocando-os em risco, como golpes financeiros, cyberbulling, e exposição à conteúdos inadequados.   Com esses tantos perigos, muitos pais enxergam o uso de ferramentas de segurança, como maneira de bloquear o acesso à alguns conteúdos, sendo a forma mais eficaz de proteger seus filhos. Entretanto ignoram o fato de estarem invadindo a privacidade dos jovens, o que pode acarretar em diversas consequências à longo prazo, uma vez que, em algum momento da vida elas irão buscar a autonomia, fugindo do controle de seus responsáveis, isto é , a partir do momento em que a família restringe a noção da realidade do jovem, este cresce sem ter o conhecimento sobre os riscos do mundo real, ficando então mais sujeitos à serem violados por outra.   É necessário, portanto, compreender que acima de tudo, a família é a instituição social responsável pela socialização primária do indivíduo, sendo sua função inserir a criança na sociedade através de valores. E estes serão aquilo que definirá o comportamento do ser nas suas relações sociais, inclusive as virtudes. E por isso, o controle parental quanto ao uso da tecnologia não é uma prevenção, mas sim uma maneira de alienar a criança quanto à uma realidade utópica, impedindo-à de assimilar os riscos existentes no mundo real e tecnológico, renegando sua autonomia como ser humano.