Enviada em: 05/05/2018

A cultura meritocrática    Nascido como alternativa para acabar com a exclusão social e étnica vivida no Brasil, além da desigualdade de acesso ao ensino superior por candidatos de escola públicas - principalmente negros -, o sistema de cotas universitário é alvo de duras críticas de quem defende a ideia de meritocracia fundamentada numa falsa democracia sócio racial brasileira.  Observa-se que após implementação dessa medida, alunos pertencentes a espaços sociais marginalizados - pessoas de baixa renda estudantes de escolas públicas, em sua maioria negros - conseguiram conquistar espaços em universidades públicas que contraditoriamente eram ocupados majoritariamente por alunos com um nível escolar maior, adquirido no ensino particular, diminuindo, assim, a disparidade no ingresso ao ensino superior. No entanto a utilização de cotas no Brasil é alvo de duras críticas, por não levar em conta apenas fatores intelectuais, mas também étnicos sociais.  Esse argumento defende que alunos deveriam ingressar no ensino superior pelo seu potencial intelectual e não só pelo fato de ser negro e/ou de baixa renda estudante de escola pública. De certa maneira esse ponto de vista é coerente, isso se não for levado em consideração a qualidade do ensino público oferecido no país, que é negativamente díspar ao ensino oferecido por escolas particulares, que formam alunos mais preparados para o nível de seleção usados pelas universidades públicas brasileiras.  Nesse caso, a principal medida a ser tomada é a elevação na qualidade do ensino público brasileiro, investindo na infraestrutura não só das escolas, mas também na formação profissional dos professores, que estariam, assim, mais aptos à formar alunos capazes de competir de igual para igual aos alunos formados pela rede particular. Somente assim a ideia de meritocracia conseguiria acabar com as cotas, que continuam sendo importantes para que os menos favorecidos possam mostrar o seu potencial e conquistar seus lugares de direito.