Enviada em: 07/05/2018

Atualmente a temática das cotas é uma questão bastante polêmica que divide opiniões, muito comum se ouvir: “Se entrar em um consultório medico um a cada dez médicos serão brancos, em contrapartida, se entrar em um presídio a maioria será de negros“, levando o comentário em consideração percebe-se que o problema é mais profundo do que somente a diferença de tonalidade da pele, mesmo numa sociedade preconceituosa como a em que vivemos.       As cotas raciais tem como principal objetivo fazer com que as pessoas que não estão inseridas na parcela mais influente da sociedade passem a integrá-la. Isso não representa um ressarcimento histórico, buscando indenizar o negro escravizado, visto que já foram libertados a mais de 100 anos, tornando essa cota um privilégio sem sentido para seu descendente.        Por outro lado, humanos não podem ser divididos em raças, há uma única espécie e dentro dessa espécie encontram-se vários tipos de seres humanos que não podem ser catalogados em raças predefinidas, a ciência comprova que somos seres miscigenados, híbridos não havendo uma raça pura. Podemos também ter a questão cultural envolvida na concepção do que se entende por raça, uma pessoa pode ser considerada negra no Rio Grande do Sul e ao mesmo tempo branca na Bahia, ademais a classificação pelo sistema de cotas raciais para negros é baseada na autodeclaração, o indivíduo mesmo branco pode vir a se beneficiar da cota, por ser descendente de negros. Podemos assim notar que o sistema é falho.        Em nossa sociedade preconceituosa é necessário que a quebra de paradigmas seja feita muito antes, o congresso nacional tenta mascarar a situação, através de uma inclusão tardia da política de cotas, a raiz da segregação não é a questão racial, mas sim a condição social que gera desigualdades de oportunidades para os indivíduos, desde a educação primaria a diferença entre ricos e pobres é provada.       Para minimizar as falhas detectadas na atual política de cotas, seria necessária a criação de uma política pública educacional integral, prevendo a inclusão lastreada no critério social à educação de qualidade desde de a educação infantil, oportunizando o acesso dos pobres aos melhores colégios particulares garantindo uma miscigenação do conhecimento, também investindo na educação pública com seriedade e efetividade diminuindo o abismo existente.        A questão de poucos negros em universidades é realmente sério e real, só que está sendo tratado de forma falha, colocando crianças pobres para aprender como ricas minimizamos tanto o preconceito quanto a desigualdade do conhecimento, formando assim um pais mais justo para todos.