Enviada em: 20/07/2018

Teoricamente, a democracia em sua etimologia chamada de governo do povo, deve buscar garantir a liberdade, a igualdade e a equidade entre todos os seus cidadãos. Dessa forma, tendo em vista o princípio de que todos são iguais perante a lei, existe um paradoxo no que diz respeito ao sistema de cotas nas universidades. Pois, apesar de tal ação afirmativa ser uma maneira de correção da desigualdade presente no Brasil, por outro lado, acaba ferindo a meritocracia, que, por sua vez, se mostra como um dos maiores obstáculos. Em primeiro lugar, é necessário perceber o quanto as cotas facilitaram o acesso de jovens de renda baixa, e de grupos menos favorecidos, às universidades públicas. Isso porque à décadas a sociedade enfrenta preconceitos baseados em etnias e poder aquisitivo, sendo classificada basicamente em: ricos e pobres. Onde somente a classe mais alta tem  acesso à educação de qualidade, e, consequentemente, possui mais chances de se ingressar numa instituição pública. Dessa forma, a Lei de Cotas foi criada no intuito de erradicar essas diferenças, impondo metas, que, segundo o Ministério da Educação, já estão sendo atingidas antes do tempo determinado. Entretanto, diante desse avanço, surgem  diversas desvantagens que, para alguns, desrespeitam os fundamentos da democracia. Diante desses efeitos, o que parece se destacar é o fato de alunos menos preparados terem acesso às melhores  universidades, o que fere a meritocracia. No entanto, o princípio de igualdade presume que pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual, e isso é claramente explicito no pensamento Aristotélico. Porém, o mais preocupante são as causas dessa disparidade: além das más condições de ensino e de preparação que as escolas públicas oferecem, os vários tipos de preconceitos, dentre eles o racismo, abrem caminho para problemas de acessibilidade que não deveriam existir. As ações, então, não devem começar apenas pelo combate às consequências, mas também pelos próprios motivos. Diante dessa problemática, consta-se que, apesar de as cotas serem um importante meio de eliminar a desigualdade, e necessário encontrar medidas que foquem nas causas, buscando nas instituições ferramentas para essas ações. Nesse contexto, o Ministério da Educação, juntamente com o poder legislativo, devem adotar leis em benefício à rede pública de ensino, investindo na qualidade da educação, além de aumentar o reconhecimento dos professores, para que se sintam motivados a exercerem suas profissões da melhor forma, e os alunos tenham uma maior preparação para se ingressarem nas universidades. Dessa maneira, inspirados nos ideais de liberdade, igualdade e equidade, as pessoas possam desfrutar de direitos fundamentais como a educação.