Enviada em: 20/10/2018

A lei 12.711/12 foi sancionada com o intuito de reservar 50% das vagas em instituições de nível superior para estudantes da rede pública de escolas. Com isso, foi possível expandir o acesso desses no meio acadêmico e iniciar o processo de equiparação entre classes nas oportunidades de estudo. Dessa forma, pode-se ratificar que as cotas nas universidades representam inclusão para o país, visto que além de contribuir para a realização profissional do jovem, permite o desenvolvimento do Brasil.     Primeiramente, deve-se salientar que é direito de todo indivíduo fazer parte do sistema educacional. Segundo o sociólogo brasileiro Caio Braga, educar não é somente ensinar, mas dar espaço para que o próprio aluno alcance seus objetivos. Nesse ínterim, sua afirmação expressa a necessidade de ações públicas que auxiliem os estudantes oriundos de uma realidade precária, como moradores de comunidades e situação econômica de baixa renda à disputarem de forma igualitária por uma vaga na universidade, posto que se comparados às classes mais altas, as oportunidades de ingresso nas faculdades e mercado de trabalho são inferiores. Portanto, caso haja diminuição da polarização social com a integração do sistema de cotas, o jovem poderá atingir sua realização profissional.      Além disso, é preciso inferir que a desigualdade é um dos indicadores do índice de desenvolvimento de um país. Sob essa ótica, uma pesquisa realizada pelo IBGE categorizou o Brasil como o quinto mais socialmente heterogêneo do mundo. Sendo assim, são perceptíveis as dificuldades já existentes para o estabelecimento equânime na participação econômica, bem como nos cargos trabalhistas de alto escalão entre a população brasileira, o que torna necessário o uso das cotas, fator capaz de ceder perspectivas à toda população e a saída da pobreza majoritária na nação. Por consequência, com a desproporção no território e a falta de programas que a minimizem, o desenvolvimento não será obtido.     Diante dos argumentos supracitados, é evidente que o tema em questão significa incorporação para o país. Desse modo, o Ministério da Educação, por meio das escolas, deve inserir palestras feitas por profissionais da área educacional, demonstrando aos alunos seus direitos como usufruidores do sistema cotista e seus critérios para uso, bem como sua importância no calamitoso histórico da não inserção nivelada de todas as classes no Brasil, para que esses aprendam na prática sobre seu funcionamento e assim, o jovem desfavorecido ingresse em sua carreira de trabalho e as cotas sejam devidamente utilizadas para chegar ao baixo índice de desigualdade no estado.