Enviada em: 10/03/2018

No Brasil, após a abolição do tráfico negreiro e a abolição da escravidão no século XIX, sucedeu-se um grande período que vai até meados do século XX, em que os negros libertos não exerciam expressivos cargos sociais e nem trabalho formal. Diante disso, os negros alforriados ou libertos começaram a ocupar zonas periféricas do espaço social, o que veio hoje a se tornar grandes favelas. Tal cenário, ainda no século XXI, trouxe muitas raízes históricas, no que tange os prejuízos sociais para os negros, por isso, as ações afirmativas de cotas para ingresso em universidades  é, na maior parte dos casos, uma boa saída para reparar os danos historicamente reconhecidos.   Toda essa conjuntura, permitiu o questionamento pelos mais amplos espectros sociais de que se a facilitação da entrada de um determinado público em universidades faria ou não a qualidade do ensino ser reduzida. A resposta a essa questão pode ser demonstrada através de dados de pesquisas, como uma realizada em 2003 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pala Universidade de Campinas, em que foi constatado que as pessoas que são contempladas pelas cotas tem, em média, notas superiores àquelas de pessoas que não são contempladas pelas políticas afirmativas. Desta forma, ficam claros os benefícios gerados pela inclusão ao ensino pelo governo.    Assim sendo, um outro ponto a ser mencionado é a questão da seletividade das cotas raciais, pois é sabido que na sociedade hodierna há muitos afro descendentes detentores de alto poder econômico, e que, por isso, deveriam ser submetidos aos mesmos critérios seletivos que as demais pessoas de classe alta normalmente são. O filósofo grego Aristóteles afirmou " Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade". Com isso, o célebre escritor ateniense quis exortar objetivamente do cuidado que se deve ter ao atribuir vantagens à pessoas que não são necessariamente necessitadas, fato que reforça a inexorabilidade da seletividade nas atribuições das cotas raciais.   Dessa forma, torna-se necessário que as autarquias federais debrucem sobre os temas supracitados a fim de melhorar e tornar mais justo o acesso ao ensino universitário no Brasil. Portanto o governo federal deveria promover propagandas em canais de televisão aberta para a divulgação de dados sobre o desempenho geral de cotistas nas universidades brasileiras, com a finalidade de mostrar para o grande público os  benefícios elevadores da qualidade do ensino que as políticas afirmativas podem oferecer. Ademais, o governo federal deveria criar melhores formas de distribuição das cotas através do desenvolvimento de mecanismos de fiscalização de renda familiar, pois somente assim se faria uma distribuição de benefícios justa e seletiva economicamente.