Enviada em: 17/03/2018

Os privilégios da hegemonia brasileira na sociedade, perdura há séculos. O objetivo do sistema de cotas nas universidades é o de promover a inclusão das classes mais desfavorecidas nas instituições públicas de ensino superior. Entretanto, fatores negativos, como fraudes de identidade étnicas e renda por candidatos cuja intenção é usufruir das cotas, mesmo de forma ilegal, acabam comprometendo a efetividade desse benefício.        Apesar de aparentar ser uma lei justa, as cotas raciais são falhas e fomentam os preconceitos. Isso ocorre devido à lei classificar as pessoas pelas suas etnias, favorecendo apenas aos que se declaram índios, pretos e pardos. Por isso, torna-se convincente a ideia na qual este benefício transmite, de que a etnia interfere na formação intelectual do indivíduo. Noção essa, incoerente e racista, pelo simples fato de catalogar as pessoas em raças pré-definidas.       O que difere a formação de intelecto entre as camadas mais pobres e privilegiadas, são o acesso a uma formação educacional de excelência. Direcionando a óptica para esse aspecto, ressalta-se a precariedade do ensino público, onde se concentra a maioria dos estudantes. Prova disto, são dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de cada dez alunos no ensino fundamental e médio no Brasil, oito estudam em escola pública. São 40,6 milhões de crianças e jovens (85% do total) nessa condição. Portanto, num país miscigenado como o Brasil, as cotas ao acesso às universidades, não atingem de forma cirúrgica a raiz da desigualdade em um país.        Parafraseando o ativista político Martin Luther King, eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter. Tomando como norte a máxima do autor, a função de fragmentar as oportunidades selecionando determinados grupos étnicos, remove o mérito dos demais candidatos e julga determinadas pessoas como inferiores, por um simples fator genético. Logo Consequentemente, excluindo candidatos que possuam um tom de pele mais claro e que sejam de baixa renda. Portanto, se faz nítido de que o governo deve concentrar e definir como benefícios de oportunidade de inclusão, apenas cotas sociais, que tem a função de avaliar o critério da classe social dos candidatos, aumentar o número das vagas e investir na qualificação das escolas públicas, para garantir que os estudantes do ensino público consigam competir de igual para igual com os alunos das escolas particulares. Através destas medidas, o sistema de cotas torna-se justo, abrangente e temporário.