Enviada em: 23/03/2018

As ações afirmativas criadas pelo governo, com o objetivo de ingressar no ensino superior estudantes de baixa renda e com menores oportunidades e condições para estudar, refletem resultados positivos desde que foram criadas. Ainda que existam argumentos coerentes de que esse sistema impediu que mais estudantes de escolas particulares ingressassem no ensino superior, é inegável o fato de que, diante o ineficiente e arcaico sistema educacional brasileiro, foi uma medida necessária, pois é difícil mudar um modelo educacional abruptamente. O erro dessas políticas afirmativas está na não realização de medidas que permitissem uma melhora na educação, igualando estudantes de escola pública e privada em um mesmo patamar de conhecimento.   O sistema de cotas no Brasil fica mais rígido a cada ano que passa, a fim de que os estudantes beneficiados por esse sistema sejam, de fato, para quem as reservas de vagas seriam destinadas. Isso tem permitido ao sistema transparência e aceitação da população, diante os milhares de depoimentos de estudantes realmente necessitados de privilégios, que formaram ou estão a caminho disso. Para esses alunos, seria praticamente impossível ingressar numa universidade sem que seu ingresso fosse facilitado, já que a maioria das escolas públicas do país não possui um programa educacional capaz de permitir aos estudantes terem capacidade para serem aprovados e vestibulares.   No entanto, ainda que muitos resultados positivos sejam expostos, o programa em questão deveria ser uma atitude temporária, até que a carência de uma educação de qualidade nas escolas públicas fosse alcançada. Entretanto, nada disso foi feito, tornando  os resultados positivos das cotas uma maneira de esconder a baixa qualidade do ensino fundamental e médio no Brasil, além de privar milhares de estudantes de escola privada a ingressar mais rapidamente no ensino superior, pois as vagas para esses vestibulandos estão sendo tomadas, cada vez mais pelo sistema de cotas.    Ainda que o sistema de cotas permitiu o ingresso de milhares de estudantes em universidades brasileiras, essa atitude não deve ser permanente, como já foi exposto. Assim, é necessário que o ministério da educação tome como referências países como Finlândia e Suiça, que  possuem resultados quase  homogêneos no ingresso de estudantes, formados no ensino médio, nas faculdades, independente de raça ou necessidade financeira, somado a aplicação de investimentos na formação de professores e da infraestrutura do ambiente que esses profissionais irão atuar, bem como os alunos estudarem. Feito isso, é possível que as políticas afirmativas sejam reduzidas e a concorrência entre vestibulandos se torne justa.